O Forte Novo de Quarteira (fig.1) localizava-se sobranceiro á falésia a Leste de Quarteira … as suas ruínas encontram-se emersas no mar a 150 metros da falésia … que recuou 200 m.
Em 1976 acampei ao lado do Forte …
o “Morgado da Quinta de Quarteira” fora adquirido por João António Júdice Fialho, em 1929, aos condes de Azambuja. Esta propriedade era a mais extensa do Algarve, com 1600 hectares -em economia a dimensão conta …
É deste Morgado que vai nascer a Vilamoura, após a venda efetuada pelos herdeiros, em 1965, por 150.000 contos, ao grupo financeiro de Cupertino de Miranda … em 1970 iniciou-se a construção da Marina, na foz da Ribeira de Algibre … inaugurada em março de 1974.
No Algibre existiam uma trintena de moinhos de água e de açudes, destruídos depois de 1975 … a sua bacia de receção abrange 8% do Algarve e só por aqui se pode avaliar a volumetria de sedimentos transportados para as praias …
Nesta região, os ventos são predominantes de Oeste e o fluxo das areias seguia naturalmente este sentido. Com a Marina, as areias passaram a ser retidas a Oeste, na Praia da Falésia. Simultaneamente, assistiu-se à erosão da costa do lado de Quarteira.
Na sequência da construção da Marina e a fim de contrariar a redução do cordão arenoso e o consequente avanço do mar a Leste, foram sendo construídos uma dezena de molhos perpendiculares á costa … o último em 1976 … a 500 m a Oeste do Forte Novo… O efeito foi a redução das areias da praia, do lado Leste, a seguir á construção de cada molho… se se insistisse em fazer mais molhos … o Garrão (Vale do Lobo) e talvez o Ancão (Ilha de Faro) ficariam também em perigo …
A erosão da falésia de Forte Novo, que acelerou logo a seguir á construção do último molho, em 1976, foi gradualmente retardada no tempo e tinha, nos últimos anos, atingido um certo de equilíbrio.
Quando recentemente foram acrescentados 84 m ao molho oeste da Marina … o processo de erosão foi reavivado … afinal o negócio da troca da Marina pelas praias de Quarteira não estava concluído …
