Recentemente, a Direção Distrital de Faro do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos realizou um conjunto de visitas aos Serviços de Finanças de Nível II do Algarve, designadamente aos Serviços de Finanças de Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Monchique, São Brás de Alportel e Vila do Bispo, na sequência das quais elaborou um relatório – a que o Grupo Parlamentar do PCP teve acesso – que alerta para as questões prementes que condicionam o eficaz funcionamento destes serviços públicos.

O anúncio, há três anos, pelo anterior Governo PSD/CDS, da intenção de encerrar os Serviços de Finanças de Nível II, entre os quais os do Algarve, teve como consequência imediata o aumento do desinvestimento nestes serviços e o avolumar de problemas, nomeadamente ao nível dos recursos humanos, instalações e parque informático.

Nessa altura, entre outubro de 2013 e janeiro de 2014, o Grupo Parlamentar do PCP visitou todos os Serviços de Finanças de Nível II do Algarve (Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Monchique, São Brás de Alportel e Vila do Bispo) e reuniu com o Diretor Distrital de Finanças, tendo dirigido uma pergunta à Ministra das Finanças (pergunta n.º 146/XII/3.ª), contestando o encerramento destes serviços públicos.

Com a derrota do Governo PSD/CDS e da sua política nas eleições legislativas de outubro de 2015 foi afastada a possibilidade de encerramento generalizado de serviços de finanças, mas muitos problemas ao nível de recursos humanos, instalações e parque informático persistem, sendo necessário uma ação do Ministério das Finanças no sentido de os ultrapassar.

O relatório da Direção Distrital de Faro do STI identifica problemas em todos os Serviços de Finanças de Nível II do Algarve.

Entre os problemas detetados, destacamos a carência de recursos humanos, com quadros de pessoal insuficiente para o normal funcionamento dos serviços. Tal circunstância, além de colocar uma enorme pressão sobre os funcionários, cria dificuldades a um adequado atendimento dos utentes.

No que diz respeito aos problemas de cada Serviço de Finanças:

·         Alcoutim: apenas quatro funcionários, um dos quais com baixa médica por tempo indeterminado; paredes e arquivo degradados devido à humidade, problemas de segurança com o quadro elétrico, ar condicionado funciona mal; falta de fotocopiadoras, computadores obsoletos.

·         Aljezur: apenas quatro funcionários (rácio de um funcionário para 1471 cidadãos residentes); espaço exíguo, com pouca luz natural, zona de espera de muito pequena com número insuficiente de lugares sentados, problemas com as canalizações das casas-de-banho; falta de computadores.

·         Castro Marim: apenas quatro funcionários, um dos quais com baixa médica prolongada (rácio de um funcionário para 1868 cidadãos residentes); más condições de segurança (saída de emergência de difícil acesso e janelas com grades), tetos e paredes com humidade, placas do teto falso deterioradas, problemas com as canalizações das casas-de-banho, ar condicionado avariado, mobiliário antigo; falta de computadores, fotocopiadora com problemas.

·         Monchique: apenas quatro funcionários (rácio de um funcionário para 1511 cidadãos residentes); faltam computadores.

·         São Brás de Alportel: apenas cinco funcionários (rácio de um funcionário para 2132 cidadãos residentes); instalações velhas, más condições de segurança (inexistência de saída de emergência e janelas com grades), soalho e paredes degradadas, instalação elétrica com problemas, inexistência de lugares sentados na zona de espera dos contribuintes, insuficiente luz natural, ar condicionado antiquado e barulhento, mobiliário antigo; parte do arquivo está num centro de saúde próximo, obrigando a permanentes deslocações dos funcionários; falta de computadores e fotocopiadoras; falta material de escritório (esferográficas, lápis e corretores).

·         Vila do Bispo: apenas quatro funcionários (rácio de um funcionário para 1315 cidadãos residentes); computadores antiquados, falta de fotocopiadora.

Assim, o Grupo Parlamentar do PCP, por intermédio do deputado Paulo Sá, eleito pelo Algarve, dirigiu ao Ministro das Finanças as seguintes perguntas:

1.      Reconhece o Ministério das Finanças que os Serviços de Finanças de Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Monchique, São Brás de Alportel e Vila do Bispo têm carência de funcionários? Quando serão estes Serviços de Finanças dotadas de um número adequado de funcionários?

2.      Reconhece o Ministério das Finanças que alguns destes Serviços de Finanças têm falta de condições de atendimento dos contribuintes, não só no que diz respeito à privacidade e à garantia do sigilo fiscal, mas também à desadequação das zonas de espera dos utentes? Que medidas serão tomadas para ultrapassar este problema?

3.      Reconhece o Ministério das Finanças que os Serviços de Finanças de Alcoutim, Aljezur, Castro Marim e São Brás de Alportel têm problemas ao nível das instalações? Que medidas serão tomadas para ultrapassar este problema?

4.      Reconhece o Ministério das Finanças que os Serviços de Finanças de Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Monchique, São Brás de Alportel e Vila do Bispo têm falta de computadores, impressoras e/ou fotocopiadoras? Quando serão dotados de equipamento adequado?

 

Por: GP PCP