Gram ou Grã é um apelido (fig. brasão) de origem italiana que procede de Vivaldo Vivaldi, cavaleiro Genovês, que passou a Lisboa no ano de 1257 (Armorial Lusitano, 1961).
Vivaldo Vivaldi veio fugido da perseguição do célebre Simone Boccanegra (1301-1363), o primeiro Doge eleito vitaliciamente da República (Dogate) de Génova. Simone é a personagem central da ópera do mesmo nome de Giuseppe Verdi… e também o mesmo que deu origem á família “Negrão”, descrita em artigo anteriormente publicado na “Voz de Loulé”.
Vivaldo casou em Lisboa com Dona Inês, que depois de viúva fundou o mosteiro de Santa Clara de Lisboa.
João Vivaldo, filho de Vivaldo e de Inês, foi por sua vez pai de Estêvão Anes, o que descobriu o método de coloração a partir da grã (cochenilha ou dactylopius coccus, inseto originário do México, em que a fêmea adulta tem uma forma esférica, de um grão – “grã”, inicialmente com o corpo coberto por um pó branco, mais tarde adquire um tom vermelho acastanhado – carmim). Os seus descendentes tornaram a sua alcunha “Grã” em apelido…
Estêvão Anes da Grã, filho do homónimo anterior, foi um dos fidalgos, que juntamente com o filho Gomes Martins da Grã, auxiliaram o Mestre de Avis quando do cerco de Lisboa de 1384 (de 29 de maio a 9 de setembro) imposto pelo rei de Castela D. João I. Estêvão foi casado com Leonor Dias e ou Fernandes Pimentel (filha de Diogo Álvares e de Inês Álvares).
Os Vivaldi voltaram a entrar em Portugal, uma vez que aparece uma Joana Vivaldi, filha de Desidério Vivaldo, de Génova, casada em cerca de 1430, com o eborense Lopo do Carvalhal, filho de Diogo Lopes do Carvalhal e de Violante da Costa…
Em Faro encontrou-se Maria da Gram de quem se desconhece a origem, casada por volta de 1565 com Rui Lourenço de Andrade. Foram pais de Beatriz de Andrade, a qual foi casada com Lourenço Palermo de Faria “o Velho”. Beatriz de Andrade faleceu na Conceição de Faro em 1602 e Lourenço sobreviveu-lhe mais 20 anos…
