São muitas as pessoas que têm casa própria em Portugal – sete em cada dez, ou seja, 70% da população, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) –, sendo que a maioria (43%) já tem a casa totalmente paga enquanto 23% continua a pagar o respetivo crédito habitação. Esta é uma das conclusões a retirar de um estudo realizado pela Escolha do Consumidor, em que foram inquiridos 204 portugueses com idades a partir dos 18 anos.
“A maioria dos inquiridos valoriza a estabilidade da casa própria, embora enfrente desafios significativos como os preços elevados, a dificuldade em obter crédito e a incerteza económica”, refere em comunicado a Escolha do Consumidor.
Estas são algumas das conclusões do estudo:
- Arrendamento continua a ser uma solução para 25% dos entrevistados;
- 5% dos entrevistados vive em imóveis cedidos por familiares ou amigos e 1% encontra-se noutra situação, nomeadamente a viver com os pais;
- 52% dos inquiridos vivem com o(a) companheiro(a), enquanto 15% vive sozinho;
- A coabitação com pais ou outros familiares é referida por 17%, e 13% reside com filhos. Situações menos comuns incluem viver com amigos ou colegas (2%) ou partilhar casa com desconhecidos (1%).
Os dados mostram ainda, por exemplo, que dos 31% dos participantes que não possuem casa própria, somente 9% planeia comprar um imóvel nos próximos 12 meses, sendo que 18% estima fazê-lo dentro de um a três anos. E mais: cerca de um terço dos inquiridos (33%) tem vontade de comprar casa, mas ainda não definiu um prazo específico para fazê-lo, e 40% não têm, de momento, intenção de adquirir nenhum tipo de habitação.
No que diz respeito ao tipo de imóvel preferido pelos consumidores, a maioria (67%) opta por moradias, havendo apenas 25% de pessoas que preferem apartamentos.
Para quem opta por ter casa própria, os principais benefícios apontados são:
- Sentimento de segurança e estabilidade (23%);
- Liberdade para realizar obras ou personalizar o espaço ao seu gosto (21%);
- Potencial de investimento a longo prazo (19%);
- Evitar aumentos de renda (15%), a valorização do imóvel ao longo do tempo (12%) e o planeamento da vida familiar (10%) também são vantagens importantes para os inquiridos.
Entre os consumidores que possuem habitação própria, 31% revela ter demorado mais de três anos a juntar o valor necessário para a entrada do imóvel, 18% diz ter levado entre um e três anos e 9% menos de um ano (9%).
Quais são os maiores entraves à compra de habitação? Para 28% dos inquiridos continuam a ser os preços elevados e para 19% a falta de dinheiro para a entrada. As taxas de juro elevadas (17%) e a insegurança económica (15%) também influenciam negativamente a decisão dos consumidores, bem como as dificuldades em obter crédito (12%). Seguem-se na lista a falta de imóveis que correspondam às necessidades (4%), a falta de informação ou orientação (2%) e outras razões (3%).
Sobre o Estudo
Este questionário foi respondido por 204 portugueses, 55% de pessoas do sexo feminino, 44% do masculino e 1% identificam-se como outro. Quanto às idades compreendidas dos inquiridos: as faixas etárias de 18 a 25 anos e de 26 a 34 anos representam cada uma 14% dos participantes, 19% tem entre 35 a 44 anos e consumidores a partir dos 44 anos corresponde a 53%. A maioria dos participantes está localizada na área da Grande Lisboa (38%), Centro (21%), região do Norte (16%), Grande Porto (12%) e a restante percentagem encontra-se distribuída em outros pontos do país.
Idealista News