Após a abertura do Ano Santo no Algarve, realizada pelo bispo do Algarve a 29 de dezembro passado, teve lugar este sábado, 25 de janeiro, a celebração do primeiro Jubileu setorial, destinado aos catequistas, que decorreu em Loulé e incluiu a peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente invocada como «Mãe Soberana», uma das igrejas jubilares na diocese algarvia.
Apesar de o dia ter amanhecido bastante chuvoso, isso não demoveu os catequistas, oriundos de toda a Diocese do Algarve, de participarem no seu Jubileu. Após a concentração no antigo convento de Santo António, onde aguardaram pelo fim da chuva que aconteceu quando passava pouco das 10h, os cerca de 200 participantes, divididos por regiões pastorais, seguiram para diferentes locais: os pertencentes à Região Pastoral do Centro para o parque de estacionamento do hipermercado Continente; os pertencentes à Região Pastoral do Sotavento para a igreja matriz; e os pertencentes à Região Pastoral do Barlavento para a igreja de São Francisco.
Nesses locais, os catequistas refletiram sobre a importância de continuarem a ser testemunhas do Evangelho e de poderem ser este ano “peregrinos da esperança”, procurando levá-la também aos outros. No grupo da Região Pastoral do Barlavento esse momento foi orientado pelo diácono Manuel Chula, no da Região Pastoral do Sotavento pelo padre Tiago Pereira e no da Região Pastoral do Centro pelo padre Pedro Manuel, diretor do Secretariado da Catequese da Diocese do Algarve.
Daqueles três locais peregrinaram até ao início da calçada que leva ao santuário mariano. Ali, já reunidos os três grupos, fizeram uma oração antes da caminhada que os levou ladeira acima. Foi-lhes pedido que fizessem daquela peregrinação ao santuário “um tempo celebrativo e festivo neste Ano Jubilar da esperança”. “Que esta celebração reavive em nós a esperança e a confiança para podermos levar adiante a tão bela missão evangelizadora que nos está confiada. Queremos que a nossa peregrinação a esta igreja jubilar, que dentro de momentos vamos iniciar, seja uma caminhada onde possamos refletir e redescobrir uma esperança ancorada em Deus e no seu imenso amor por nós, pelas crianças e adolescentes aos quais levamos a Boa Nova de Cristo”, acrescentou-se.
Pediram “a graça de reforçar” a fé, lembrando a importância de a fazer “crescer” “mais amadurecida e adulta”. “Não podemos desistir nunca, cruzar os braços, ser pessimistas”, constataram, lembrando que Jesus é a sua “esperança”. “Queremos pedir-te que aumentes a nossa fé, que nos centres mais em ti e no teu amor, que nos faças cristãos de esperança viva”, rezaram, desejando que o Jubileu os “transforme, seja fonte de conversão e de graça”. “Que a Igreja e o mundo, neste Jubileu, encontrem caminhos de esperança, de amor e de comunhão, de paz duradoura. Que cada família, como igreja doméstica, viva unida na esperança e no amor. Que cada paróquia e cada comunidade, alimentadas por ti, Jesus Vivo, sejam impregnadas de esperança, que ajude a todos, sobretudo os mais pobres, os que vivem sós, sem pão e sem amor. Que as crianças e adolescentes das nossas comunidades descubram o teu rosto de amor e esperança”, acrescentaram.
Chegados ao santuário, ali se juntaram a mais alguns catequistas que ali já os aguardavam para a Eucaristia, participada por cerca de 250 pessoas.
Na Missa, presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas lembrou-lhes que a Dia Diocesano do Catequista foi “este ano enriquecido” com a celebração daquele Jubileu. “Neste jubileu, especialmente dedicado a vós, caros catequistas, queremos aperceber-nos e assumir de modo mais consciente, sobre a importância da vossa missão e como podemos ser verdadeiros peregrinos de esperança no mundo de hoje”, começou por referir o bispo diocesano.
Lembrando que a celebração do Dia Diocesano do Catequista coincide sempre com a festa litúrgica da conversão de São Paulo, o responsável católico realçou àqueles educadores que também eles são “chamados a anunciar o Evangelho, como batizados, tendo como modelo o apóstolo”. “Tendes a missão de formar e educar as novas gerações na fé, ajudando-as a descobrir o amor de Deus, manifestado na pessoa de Jesus, e a beleza do Evangelho que Ele anunciou e nos deixou”, disse na Eucaristia que incluiu a bênção da água com a qual aspergiu a assembleia.
O bispo do Algarve acrescentou ser “essencial lembrar” neste Jubileu “que a catequese mais do que um ato de ensinar, é um ato de amor e de esperança”. “Vós sois instrumentos de Deus para semear a esperança nos corações das crianças, dos adolescentes, dos jovens e de tantos adultos que vos estão confiados”, destacou.
D. Manuel Quintas lembrou ser a esperança o que move e impulsiona os cristãos a continuarem a sua missão, “mesmo diante das dificuldades”. “Num mundo que muitas vezes parece sombrio e desolador, vós sois chamados a ser luz e sal, a irradiar a esperança, a ser semeadores da esperança que vem de Cristo”, afirmou, convidando aqueles educadores a renovarem o seu compromisso como catequistas.
“Que vos assumais como verdadeiros peregrinos de esperança, transmitindo a mensagem de Cristo com alegria e entusiasmo. Que cada encontro, cada momento de partilha seja uma oportunidade que vos proporcione a vós e a cada elemento do grupo que vos está confiado um verdadeiro encontro com a pessoa de Cristo, um tempo privilegiado para transmitir a esperança que d’Ele brota e transforma a vida”, pediu, lembrando que “a catequese não se limita ao espaço da sala”, mas “estende-se a todos os aspetos da vida”.
“Sejamos testemunhas do amor de Deus nas nossas ações, palavras e relacionamentos. Que a nossa vida seja um reflexo da esperança que encontramos em Cristo. Que São Paulo nos inspire e ajude ser catequistas fervorosos, apaixonados pela missão de evangelizar e de formar discípulos de Cristo. Que, como ele, possamos ser audazes na nossa fé e ousados e perseverantes em ser peregrinos e semeadores de esperança.
Que Deus vos abençoe a todos, caros catequistas, e que este jubileu constitua para todos um momento de renovação e de graça, como peregrinos de esperança, sempre guiados pela luz do Evangelho e apoiados na proteção e amparo da Senhora da Piedade, que aqui veneramos e invocamos como nossa Mãe Soberana”, apelou ainda.
No final da Eucaristia, concelebrada pelo cónego Carlos de Aquino, pároco de Loulé, pelos padres António Farias, José Joaquim Campôa, Pedro Manuel e Tiago Pereira e servida pelos diáconos Bruno Valente e Manuel Chula, foram, simbolicamente, homenageados 25 catequistas com 50 anos e 25 anos de serviço.
O Jubileu dos Catequistas, promovido pela Diocese do Algarve através do Setor Diocesano da Catequese da Infância e Adolescência, contou também com a participação daquele organismo, a irmã Arminda Faustino, que é também a coordenadora do Departamento Nacional da Catequese.
Depois da Eucaristia, os catequistas regressaram ao antigo convento de Santo António, onde decorreu o almoço partilhado, e de tarde houve um momento cultural na igreja de São Francisco com o dueto “Sabemos ser clássicos”, composto por Monika Matias na voz e Roberto Guerreiro na guitarra.
A Igreja Católica está a celebrar neste ano de 2025, o 27.º jubileu ordinário da história, por iniciativa do Papa Francisco, que o dedicou ao tema da esperança.
Folha do Domingo