A Câmara Municipal de Loulé procedeu, no dia 9 de junho, à Cerimónia de Assinatura dos Protocolos com o WWF – World Wide Fund of Nature, em parceria com a ANP - Associação Natureza em Portugal, e o ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, no âmbito da Agenda para a Sustentabilidade e Biodiversidade 2020-2025.

Seguiu-se depois uma visita à zona das plantações previstas, na Lagoa de Momprolé.

O primeiro dos dois protocolos a ser assinado foi o de Cooperação entre a Câmara Municipal de Loulé e a Associação Natureza em Portugal. A missão da ANP é conservar a biodiversidade nacional, ecossistemas florestas, promover a sustentabilidade das pescas e a conservação dos ecossistemas de água doce e seus recursos hídricos. A ANP intervém ainda sobre o tema das alterações climáticas e do consumo sustentável.

A colaboração entre a autarquia de Loulé a ANP visa a concretização de projetos e identificação de fontes de financiamento, mobilizando parcerias alargadas entre partes integradas e preparando em conjunto candidaturas para a intervenção. O objetivo é recuperar e manter os serviços dos ecossistemas de Loulé e contribuir para a melhoria dos recursos hídricos, do solo e reduzir o risco de incêndio.

As ações protocoladas irão dar continuidade a esta linha de preocupação com a salvaguarda florestal, e vão ao encontro das medidas propostas no novo dossier autárquico da “Agenda Local de Sustentabilidade: Florestas, Biodiversidade e Desenvolvimento Rural do concelho de Loulé 2020-25”.

Ao lado de Vítor Aleixo, assinou o protocolo o representante da Direção Executiva do WWF, que mostrou interesse em alargar a outros Municípios portugueses a iniciativa tomada em Loulé. “Só vamos recuperar a sustentabilidade dos recursos e melhorar o ciclo da água se atingirmos uma escala daquilo a que chamamos paisagem”, lembrou Afonso do Ó.

O responsável pela WWF destacou ainda que a iniciativa de Loulé em plantar árvores é o primeiro passo para a valorização dos ecossistemas e para a alteração de hábitos pouco sustentáveis, como a desflorestação e a perda de habitats naturais.

Afonso do Ó realçou ainda que “a WWF está à disposição e tem uma experiência que pode ser útil na ligação entre financiamentos públicos e privados e na ligação de interesses das várias partes”.

O segundo protocolo, de Colaboração entre a Câmara Municipal de Loulé e o ICNF, pretende dar mais atenção à agenda local de sustentabilidade para as florestas, biodiversidade, desenvolvimento rural. Estes são objetivos da autarquia algarvia a curto e médio prazo, que pretende valorizar e conservar os recursos naturais e os ecossistemas raros de Loulé, projetando ainda atividades baseadas na natureza.

Durante a Cerimónia, explicou-se que este protocolo garante a produção de plantas que o Município de Loulé pretende instalar nos próximos cinco anos. A instalação destas árvores vem reforçar a defesa da floresta contra incêndios e valorizar os recursos naturais e ecossistemas.

Depois de assinar o segundo protocolo, o diretor regional do ICNF, Joaquim Castelão Rodrigues, falou das ações programáticas ligadas à transformação da paisagem: a reorganização e gestão da paisagem; as áreas de intervenção de gestão da mesma, que prevê o pagamento daquilo que são os serviços de manutenção da floresta por parte dos proprietários; as questões dos incêndios florestais; e o emparcelamento para evitar áreas abandonadas. Realçou igualmente os objetivos da parceria com Loulé, que passam por “transformar a paisagem, mobilizar os produtores e as associações no sentido de fazer com que esta serra e este concelho sejam mais sustentáveis e que os incêndios se tornem menos agressivos”.

Naquela que foi mais uma iniciativa inserida na Semana do Ambiente do Concelho de Loulé, Vítor Aleixo recordou os vários dossiers que o Município tem neste momento dedicados à causa da sustentabilidade ambiental, nomeadamente, a ação climática, a eficiência energética, a eficiência hídrica e a recuperação de zonas húmidas, entre outros.

“Comprometemo-nos a plantar, de forma ordenada, muitos milhares de árvores na Serra do Caldeirão e, com isso, daremos um contributo para o sequestro de carbono em larga escala, mas também para a recuperação de toda a biodiversidade dos serviços ecossistémicos de áreas florestais e que urge recuperar e reabilitar”, disse o autarca Vítor Aleixo, que sublinhou o “interesse económico, cultural e ambiental” desta medida.

Sobreiros, azinheiras, medronheiros, alfarrobeiras, amendoeiras ou oliveiras são algumas das espécies autóctones presentes entre as milhares de árvores que irão cobrir este território, plantadas ao longo dos próximos cinco anos, quer por iniciativa da própria autarquia, quer através dos produtores florestais e agrícolas.

Por: Filipe Vilhena / Câmara Municipal de Loulé