Nuno Vaz Correia | Licenciado em Comunicação | nunovazcorreia@gmail.com
Este artigo insere-se num conjunto de reflexões, com propostas, que lancem o debate de ideias entre munícipes e candidatos às eleições autárquicas de 2025…
A mobilidade é um elemento essencial para o desenvolvimento sustentável. No concelho de Loulé, a necessidade de avançar com projetos estruturantes como a construção da Circular Sul de Loulé, a criação de uma via em 4 faixas até Almancil, a partir desse novo troço, e a finalização da ligação em 4 faixas entre Loulé e Quarteira, são temas que merecem atenção e urgência. Estas infraestruturas são um investimento estratégico para o desenvolvimento turístico do litoral, para o crescimento económico do interior e para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes.
Loulé é um ponto de interseção entre o interior e a zona costeira. A cidade é o elo de ligação entre as zonas rurais e os principais polos turísticos e empresariais do concelho que, com uma maior fluidez no trânsito, podem facilitar o deslocamento de turistas e melhorar o seu acesso a áreas menos povoadas, mas com grande potencial turístico e cultural, como Alte, Salir ou Querença, impulsionando atividades complementares ao turismo.
No entanto, a falta de vias adequadas para responder ao crescente fluxo de trânsito tem resultado em congestionamentos, tempos de deslocação elevados, dificuldades na logística empresarial e ao desespero dos munícipes que tem que se deslocar entre estas, agora, 3 cidades e dentro de Loulé, ao não evitar que os condutores precisem de atravessar o centro da cidade para se deslocarem entre as diferentes áreas do concelho.
Não questiono sobre a opção da autarquia em assumir a construção do troço (nem o perfil e muito menos a sua denominação) que liga a rotunda de S.B. Alportel à rotunda do Pavilhão Municipal, garantindo a sua execução quando a mesma devia ser competência da Administração Central, mas só quem não sai ou entra em Loulé, nas horas de ponta, de ou para Faro/Almancil ou Quarteira, é que pode considerar que já estamos “bem servidos” e não precisamos da construção da variante sul, ligando a estrada para Quarteira à estrada para Faro/Almancil, completando aquela que devia ser a circular de Loulé, agora transformada em ferradura por decisão da autarquia.
Atualmente, o trajeto entre estas 3 localidades e dentro de Loulé pode ser demorado e propenso a congestionamentos, especialmente nas chamadas horas de ponta e em períodos de maior afluência turística, como o verão. A melhoria dessas vias beneficiará diretamente a atividade económica, permitindo um acesso mais rápido e seguro, do litoral para o interior e vice-versa, criando um triângulo de mobilidade entre as cidades do concelho.
Outro ponto crucial é o impacto positivo que estas melhorias terão sobre o turismo. A região do Triângulo Dourado (Vilamoura, Almancil e Vale do Lobo) é um dos destinos mais procurados do país. No entanto, sem infraestruturas rodoviárias adequadas, o crescimento turístico está comprometido. A facilitação da mobilidade entre as diferentes áreas permitirá que os turistas explorem, tanto o litoral quanto o interior do concelho, promovendo um turismo mais diversificado, sustentável e com uma eficiente ligação às zonas mais interiores e às suas potencialidades turísticas e económicas.
Por fim, estas infraestruturas também terão um impacto direto na qualidade de vida dos residentes com a redução dos tempos de deslocação, a diminuição dos congestionamentos e a melhoria da segurança rodoviária. Os habitantes de Loulé, Quarteira e Almancil terão assim um sistema viário moderno e funcional que permitirá uma mobilidade mais ágil diariamente.
Em suma, a construção da Circular Sul de Loulé, a construção de uma nova ligação em 4 faixas entre Loulé e Almancil, a partir desse troço, e a finalização da via em 4 faixas entre Loulé e Quarteira são intervenções fundamentais e urgentes para um desenvolvimento equilibrado e sustentável do concelho. Estas infraestruturas não vão apenas fortalecer a economia local, como também melhoram significativamente a mobilidade, o turismo e a qualidade de vida dos cidadãos, ajudando a reduzir a disparidade entre o litoral e o interior, contribuindo para uma distribuição mais equilibrada do turismo e reduzindo a pressão sobre as áreas mais saturadas no litoral, enquanto estimula a procura por atrações culturais e naturais no interior.
Investir nestas vias é investir no futuro do concelho de Loulé e na sua posição como um dos principais motores económicos e turísticos do Algarve. É criar um novo triângulo de mobilidade que beneficiará o concelho no seu todo.