Empresas hortofrutícolas do sudoeste alentejano sofreram «danos bastante significativos» em estufas e outras estruturas, devido ao vento forte registado na madrugada de ontem, revelou uma associação do setor, que remeteu para os próximos dias a quantificação dos prejuízos.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur (AHSA), Luís Mesquita Dias, indicou que “os danos são bastante significativos”, frisando, porém, que “é impossível, para já, quantificá-los”.
“Os danos nas estufas foram realmente substanciais e, ao ter danos nas estufas, tem danos nos produtos que estavam cultivados debaixo das estufas”, pelo que “o potencial produtivo fica questionado e precisa de ser recuperado”, afirmou.
Segundo o dirigente da AHSA, uma das empresas associadas relatou à associação que 10 estufas em túnel de um total de cerca de 20 foram derrubadas pelo vento, durante a madrugada.
“Mas os danos que nos foram reportados não se limitaram às estufas, houve vários edifícios, houve painéis fotovoltaicos, que foram destruídos”, adiantou.
Luís Mesquita Dias referiu que as empresas que registaram estragos devido ao mau tempo produzem frutos vermelhos e produtos hortícolas, sobretudo, na zona de Odemira, distrito de Beja, mas também em Aljezur, no de Faro.
“Nas culturas ao ar livre, com as chuvas das duas semanas anteriores, produtos bastante sensíveis, como hortícolas, alfaces e os espinafres, já tinham sido afetados, mas o grosso do dano foi nesta última noite”, realçou.
Assinalando que, nos próximos dias, haverá “uma visão bastante mais precisa” da dimensão dos prejuízos, o responsável disse que a AHSA vai avançar com a quantificação dos estragos provocados pelo mau tempo.
“As empresas estão, sobretudo, preocupadas em resolver os seus problemas operacionais, repor o seu potencial produtivo e até procurar ter acesso aos apoios, que espero que não tardem, porque nestas situações é sempre muito importante que os apoios não sejam apenas comunicados, mas sejam consubstanciados”, acrescentou.
A Associação de Horticultores, Fruticultores e Floricultores dos Concelhos de Odemira e Aljezur tem 42 associados nos dois concelhos.
A Proteção Civil contabilizou 7.809 ocorrências em Portugal continental, entre as 00:00 de quarta-feira e as 16:00 de hoje, devido à passagem da depressão Martinho, sendo a região de Lisboa e Vale do Tejo a mais afetada.
A maioria das ocorrências está relacionada com a queda de árvores, com um total de 4.240 situações, o que corresponde a 54% do total, indicou à Lusa o oficial de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) Pedro Araújo.
A passagem da depressão incluiu vento, chuva e agitação marítima fortes.
 
 
Lusa