A ministra da Saúde reconheceu a existência de falta de recursos humanos na emergência pré-hospitalar do Algarve para o verão, mas assegurou que está a ser preparado um plano para garantir a resposta e segurança dos utentes.

Questionada pelos jornalistas sobre a falta de pessoal no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), à margem da inauguração do edifício da delegação regional do Algarve daquele instituto, Ana Paula Martins reconheceu a falta de recursos humanos a “vários níveis”, incluindo técnicos de emergência pré-hospitalar.

“É verdade, há coisas que faltam no INEM. Há um memorando feito desde logo, desde o dia que entrámos para o Ministério da Saúde, o presidente do INEM teve o cuidado de fazer um memorando muito detalhado sobre todas as necessidades que o INEM enfrenta e está a enfrentar, e é reconhecida a necessidade de recursos humanos”, afirmou.

A governante disse que nas próximas semanas deverá voltar ao Algarve para trabalhar num plano para o verão, de forma a garantir que a falta de recursos humanos, junto com as férias dos profissionais, não afeta a resposta que vai ser dada durante o período de maior afluência de visitantes e turistas à região.

A ministra da Saúde adiantou que há um pedido feito de, pelo menos, 200 técnicos, desde fevereiro, março do ano passado, sublinhando que a prioridade agora é que os serviços do ministério consigam delinear um plano para garantir a resposta necessária no verão.

“E nós temos agora que olhar para os recursos humanos – não são só instalações, são recursos humanos – para, dentro dos mapas de pessoal ou de recursos humanos, para dizer melhor, que temos no âmbito do Ministério da Saúde, ver como é que conseguimos efetivamente suprir estas carências”, acrescentou.

Ana Paula Martins referiu que há também neste âmbito uma “colaboração com os bombeiros”, que o ministério quer “ver mantida e reforçada, e que também está em cima da mesa para ser revista”, que pode igualmente contribuir para esse objetivo.

“É uma situação preocupante e é uma situação que temos de conseguir - com a região e com quem está no terreno aqui na região -, resolver o mais rápido possível”, frisou a ministra, revelando que “na próxima semana ou no início da semana seguinte” vai regressar ao Algarve.

O objetivo dessa próxima visita é, segundo a governante, traçar “um plano de resposta para estas necessidades” em conjunto com a administração e os profissionais da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve, assim como com o INEM.

Ana Paula Martins considerou que “o tempo urge, porque o verão é já agora, é já amanhã”, mas garantiu que a resposta vai ser preparada, ”juntamente com o conselho de administração, e obviamente o INEM”, para o Algarve ter “um plano muito rapidamente acionado” para o verão.

“Mas também deixem-me dizer-vos uma coisa, a ULS e o seu conselho de administração têm em cima da mesa um plano, agora precisam é de reforços, precisam que consigamos atrair mais recursos humanos para, durante o verão, poderem estar aqui para dar resposta à emergência médica e cirúrgica e é isso que vamos ter de fazer com a capacidade instalada no Algarve”, concluiu.

As ambulâncias de Faro e Quarteira 3 do INEM, as mais próximas das instalações que a ministra da Saúde hoje inaugurou, vão estar em maio paradas 76% e 78% do tempo, respetivamente, segundo os técnicos de emergência pré-hospitalar.

Em comunicado, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que fez um levantamento da taxa de inoperabilidade das ambulâncias do INEM para o mês de maio, sublinha que mais de metade tem “períodos de inoperacionalidade elevados”.

Do levantamento feito, o STEPH conclui que 20 ambulâncias têm mais de 50% de inoperacionalidade durante o mês de maio e que há ambulâncias que “não abrem há vários meses por falta de técnicos”. No caso das ambulâncias de Faro e Quarteira 3, as taxas de inoperabilidade devem-se, sobretudo, à falta de técnicos, segundo o STEPH.

 

Lusa