A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, visitou ontem a praia da Ilha da Fuseta, bastante fustigada pelos temporais das últimas semanas, prometendo uma atuação de emergência para que o areal esteja visitável a tempo do verão.
António Miguel Pina, presidente do Município de Olhão, acredita que será possível a praia Fuseta-Mar estar operacional no início do verão «se todos trabalharmos em conjunto para isso».
 
"É necessária uma intervenção de emergência, que já tem financiamento do Fundo Ambiental. Terá de ser feita uma dragagem e uma injeção de areia e teremos uma faixa de praia com 600 metros por 30 metros de largura e a injeção de cerca de 150 mil m3 de areia”, garantiu a ministra, que pretende que a obra esteja terminada a tempo do início da próxima época balnear. “É esse o nosso objetivo, por isso vamos avançar com um concurso de emergência”, garantiu Maria da Graça Carvalho.
 
Ao mesmo tempo, revelou a governante, está a ser desenhada “uma intervenção mais estruturante, permanente e dispendiosa, para todas estas ilhas-barreira e também noutras zonas do Algarve, através do Fundo Operacional Sustentável, que vai custar cerca de 22 milhões de euros”, revelou a ministra do Ambiente e Energia na Ilha da Fuseta.
 
“Este é um problema para o qual temos vindo a alertar a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e tem sido o Município a fazer algumas operações de cosmética nos últimos anos. Mas, como a Senhora Ministra disse, este cordão dunar precisa de uma intervenção robusta. Depois teremos uma intervenção estruturada, que também terá de ser a pensar na pesca”, defendeu por seu turno António Miguel Pina, que não deixou de exigir mais medidas ao poder central.
 
“O Algarve exige que o próximo governo, seja ele qual for, crie um programa de defesa do cordão dunar da Ria Formosa, assim como a desobstrução dos seus canais. A Ria Formosa necessita deste cuidado! E, porque as praias do Algarve são o pulsar da economia algarvia, exige-se que o próximo governo tenha uma linha específica para a manutenção das praias do Algarve, porque os mais de 5% que representamos na economia nacional desaparecerão se não tivermos as praias em boas condições”, referiu o presidente do Município de Olhão e da Área Metropolitana do Algarve (AMAL), durante a visita à Ilha da Fuseta, neste momento com uma praia praticamente inexistente devido à forte ondulação.
 
Os comerciantes da Fuseta vivem “com ansiedade”, receosos que os seus negócios na praia possam não funcionar devido ao estado do areal: “Temem porque o seu ganha pão do próximo verão pode não existir, com as consequências sociais que daí advêm”, enfatizou o autarca olhanense, acrescentando que “sem praias esta nossa economia colapsa”, advertiu António Miguel Pina.
 
Na sua passagem por Olhão, Maria da Graça Carvalho presidiu ainda à inauguração do Espaço Energia de Quelfes, um novo balcão de apoio ao cidadão que passa agora a integrar a Rede Espaço Energia. Estes espaços foram criados ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e são operacionalizados pela ADENE – Agência para a Energia.
 
Os Espaços Energia prestam atendimento personalizado em áreas como eficiência energética, reabilitação urbana, auto-consumo e energias renováveis, promovendo também a literacia energética junto da população. O objetivo é ajudar as famílias a reduzir os consumos, aumentar o conforto das suas habitações e facilitar o acesso a apoios disponíveis no setor energético.