Nascida a 27 de Janeiro de 1922, Maria Lucília destacou-se desde sempre pela lucidez de espírito e capacidade de visão numa sociedade limitada pela ditadura do Estado Novo.
Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1944, com a tese Paul Gauguin visto à luz da Caracterologia - Vida e Obra. Conciliou de forma perspicaz a atividade de docente com a intervenção cívica e o combate militante à ditadura do Estado Novo. Antifascista e ativista política, Maria Lucília integrou desde o início dos anos 40 os célebres passeios do Tejo, encontros e reuniões de intelectuais da resistência fascista, sendo ainda militante da Associação Feminina Portuguesa para a Paz entre 1940 e 1944.
Após a Revolução de 25 de abril, participou ativamente, com muitos outros docentes, numa Comissão presidida por Maria Emília Diniz com o intuito de atualizar os velhos programas com todas as alterações na área da investigação e na metodologia.
Ao longo do seu percurso de vida realizou inúmeras palestras, participou em colóquios, escreveu artigos e colaborou em publicações, sempre com competência, profissionalismo, dedicação, sendo um exemplo de intervenção cívica e política.
A sua forte ligação ao município são-brasense foi desde sempre fomentada pelas raízes paternas a São Brás de Alportel, o são-brasense Manuel Francisco do Estanco Louro, a quem o município atribuiu o nome de patrono da Biblioteca Municipal, a 8 de novembro de 2013. Maria Lucília Estanco Louro colaborou com o município de São Brás de Alportel desde o primeiro momento desta iniciativa, e por diversas ocasiões, contribuindo de forma decisiva para um melhor conhecimento e valorização sobre a vida e obra do seu pai, exímio advogado, professor e investigador, cujo legado muito honra São Brás de Alportel.
O Município de São Brás de Alportel aprovou em reunião de câmara um voto de pesar pelo falecimento de Maria Lucília Estanco Louro e endereça as mais sinceras condolências à sua família.
Por: CM de São Brás de Alportel