Os hospitais do Algarve – Faro e Portimão – encerram o serviço de urgência durante o dia de sábado e um dos serviços terá apenas um médico no domingo, enquanto o outro bloco encontrar-se-á encerrado. Este facto é da maior gravidade, pois determina que os episódios de urgência sejam desviados para hospitais de Lisboa ou, em alternativa, para hospitais privados da região, e revelador da descoordenação e incapacidade de assegurar oferta assistencial adequada para os cidadãos.
Estas falhas têm sido progressivamente mais recorrentes no Centro Hospitalar do Algarve e agudizam-se em pleno Verão, época em que a região regista uma população residente e visitante na ordem de um milhão de pessoas, para as quais não há pronta resposta, mas sim uma degradação dos serviços. Importa assinalar que um memorando dos responsáveis clínicos do Centro Hospitalar do Algarve, datado de 28 de Junho, reconhece a manifesta insuficiência de recursos para fazer face às necessidades do período e assume intervalos de encerramento de urgência de diversas especialidades até 30 de Setembro.
Importa, perante estes factos, e face ao perigar dos padrões de assistência mínima e condigna dos cidadãos, que o Ministério da Saúde adopte medidas urgentes, designadamente a transferência extraordinária das especialidades em falta para o Algarve, de molde a conter esta restrição, a qual se está a fazer sentir de modo particularmente severo e penalizador para os cidadãos, os quais ficam mais longe da saúde e, por isso, mais desprotegidos.
Por: Cristóvão Norte