Nos últimos anos, a transformação digital tem revolucionado diversos setores da sociedade, e o património cultural não é exceção.
Em Portugal, o digital surge como uma ferramenta indispensável para garantir a preservação e a promoção do património.
De manuscritos antigos a monumentos emblemáticos, passando pelo fado ou as festividades populares, a digitalização salvaguarda memórias coletivas e tornar o acesso à cultura mais inclusivo.
Para além da preservação, o digital desempenha um papel crucial na promoção do património cultural. Ao permitir que coleções de museus, arquivos e bibliotecas sejam disponibilizadas online, torna-se mais fácil para as pessoas, dentro e fora de Portugal, conhecerem e explorarem a riqueza cultural do país.
Descubra agora como este processo está a mudar e ajudar o património nacional.
Preservação digital do património português. O que está em causa?
A preservação digital implica um conjunto de ações consertadas que envolvem produtores, detentores e utilizadores da informação, assegurando tarefas diversas e complementares numa estratégia devidamente articulada.
Os recursos exigidos para preservar objetos digitais são elevados, tanto do ponto de vista material como de conhecimento especializado. Ainda assim, tem existido vontade de mudar.
Iniciativas e projetos em Portugal
Em Portugal, diversas iniciativas são implementadas para promover a digitalização do património cultural.
Plataforma RAIZ
A plataforma RAIZ, por exemplo, destina-se ao inventário, gestão e divulgação da base de dados do património móvel português, potenciando a preservação e divulgação digital das coleções nacionais.
Arquivo.pt
Outra iniciativa relevante é o Arquivo.pt, um serviço que preserva conteúdos da web desde 1996, permitindo o acesso a informações históricas que, de outra forma, poderiam perder-se.
Este arquivo é uma ferramenta valiosa para investigadores e para o público em geral, facilitando a preservação da memória coletiva na era digital.
Projeto ECHOES
Portugal tem investido em diversas iniciativas para integrar o digital na preservação do seu património. O projeto ECHOES, por exemplo, visa criar uma Nuvem Colaborativa Europeia para o Património Cultural, facilitando a colaboração entre profissionais e investigadores na modernização dos seus processos de trabalho.
Rotas do Norte
A iniciativa “Rotas do Norte” promove a digitalização do património cultural e natural do norte de Portugal, criando experiências interativas que ligam elementos do património material e imaterial, como monumentos, tradições e gastronomia regional.
Desafios e considerações na digitalização
Apesar das vantagens, a digitalização do património cultural enfrenta desafios significativos. A evolução tecnológica é uma preocupação constante, uma vez que os formatos digitais podem tornar-se rapidamente ultrapassados, comprometendo o acesso futuro aos dados.
Além disso, questões relacionadas com direitos de autor e a necessidade de normas de interoperabilidade entre sistemas digitais representam obstáculos adicionais.
É crucial estabelecer políticas claras e estratégias de preservação a longo prazo para mitigar esses riscos. Sendo que as iniciativas de transformação digital, também ajudam nesta missão.
Neste sentido, é fundamental existir uma harmonia e alinhamento de ideias no que toca à transformação digital, e para isso, é importante que os principais agentes de mudança entendam isso.
Por exemplo, o Algarve Tech Hub Summit é um bom exemplo de como as empresas algarvias estão atentas a essa necessidade de mudança, com iniciativas nesse sentido.
O património é a única área que se digitalizou?
Numa época onde a tecnologia é um fator diferenciador, é natural que mais setores aproveitem a boleia da transformação digital para ganharem uma nova vida.
Além do património, estas são outras áreas que utilizaram a tecnologia a seu favor.
• Comércio (E-commerce): o comércio tradicional foi amplamente transformado pelo e-commerce. Plataformas como Amazon, eBay e, no contexto português, KuantoKusta, permitiram que consumidores realizassem compras online com facilidade.
• Entretenimento: No setor de entretenimento as mudanças foram bastante enriquecedoras para certas áreas que, inclusive, ganharam uma nova vida, como os casinos online. Atualmente, plataformas online especializadas representam a essência dos espaços físicos, incluindo nos conteúdos oferecidos. Slots e jogos de mesa têm agora novas variantes, novos tipos mecânicas de jogo e, acima de tudo, tornaram-se verdadeiros jogos casuais, um pouco como os videojogos. Além disso, este tipo de plataformas também procurou otimizar os conteúdos para o universo mobile, de forma a chegar a diferentes tipos de público.
• Transporte: o setor de transporte foi transformado por aplicativos de mobilidade. Empresas como Uber e Bolt digitalizaram a solicitação de viagens, ligando passageiros a motoristas por meio de plataformas digitais, oferecendo conveniência e eficiência no deslocamento urbano.
• Serviços Financeiros (Fintechs): o setor financeiro tem sido revolucionado por fintechs que oferecem serviços digitais, como bancos online e plataformas de pagamento móvel.
Com efeito, a integração de tecnologias digitais na preservação e promoção do património cultural oferece oportunidades sem precedentes para proteger e valorizar a herança cultural. Ao fazê-lo, asseguramos que o património cultural permanece vivo e acessível, enriquecendo as gerações presentes e futuras.
Além disso, esta preservação digital não se fica pelo património, as outras áreas citadas mostram que a sociedade caminha para uma maior interação online, onde a acessibilidade e conveniência são cada vez maiores.