A intervenção de arranjo paisagístico daquela zona, um investimento de mais de 260 mil euros que agora homenageia o Capitão de Abril, pretendeu valorizar e dinamizar o bairro, bem como a zona envolvente.
As cerimónias do 25 de Abril, este ano mais simples devido às restrições impostas pela pandemia, começaram frente aos Paços do Concelho, onde decorreu o hastear das bandeiras.
Já no jardim - agora - Salgueiro Maia, o presidente da autarquia, António Miguel Pina, e o Capitão de Abril, Carlos Beato, descerraram a placa que imortaliza a homenagem dos olhanenses ao militar.
Carlos Beato, comandante do 6.º Pelotão da Escola Prática de Cavalaria na Operação Fim do Regime, ele próprio um dos Capitães de Abril, braço-direito de Salgueiro Maia na Revolução dos Cravos, evocou o homem com quem "teve o privilégio de partilhar muitas jornadas", dizendo de Salgueiro Maia que "foi o tipo de homem e o tipo de militar que viveu para servir e não para se servir". O militar de Abril felicitou o Município de Olhão pela "feliz e oportuna iniciativa" de dar o nome do herói de Abril a "este belíssimo, expressivo e significativo espaço".
Na inauguração do novo equipamento de lazer e desporto, o presidente da autarquia, António Miguel Pina, revelou que "a escolha de um jardim para levar o nome de Salgueiro Maia foi propositada, porque Abril e a Democracia são valores que têm que ser 'regados' e vividos em comunidade". O autarca acrescentou a necessidade de "lembrar às gerações mais jovens quem foi Salgueiro Maia e o que representa o 25 de Abril em termos de libertação da opressão da ditadura", manifestando a expetativa de que o jardim agora inaugurado sirva de mote à transmissão desta memória coletiva entre gerações.
Fernando Salgueiro Maia era um jovem capitão de 29 anos quando o Movimento das Forças Armadas lhe atribuiu um papel decisivo naquela madrugada em que o regime do Estado Novo seria derrubado ao fim de 48 anos de ditadura.
Cumprindo o plano traçado pela Comissão Coordenadora do Movimento dos Capitães, Salgueiro Maia comandou a coluna militar que saiu da Escola Prática de Cavalaria de Santarém e marchou sobre Lisboa, ocupou o Terreiro do Paço às primeiras horas do dia 25 de abril de 1974 e, mais tarde, comandou o cerco ao Quartel do Carmo, que terminou com a rendição de Marcelo Caetano.
Dotado de enorme coragem física e moral, exemplo de modéstia e de integridade, o homem e o militar que deu o melhor de si mesmo a um ideal e ao seu país, faleceu prematuramente em 1992, com apenas 47 anos. Será, para sempre, recordado por todos como o Capitão Sem Medo, imortalizado agora, também, em Olhão, com um jardim com o seu nome.
Por: Município de Olhão