O Paços de Ferreira garantiu hoje a permanência na I Liga de futebol, ao vencer na receção ao ‘aflito’ Portimonense, por 2-1, na 33.ª jornada, em jogo decidido no primeiro tempo e em três lances de bola parada.

Bruno Santos inaugurou o marcador para o Paços, aos sete minutos, o Portimonense chegou ao empate pelo pacense Marcelo, na própria baliza, aos 17, mas Denilson, aos 41, logrou recolocar os locais em vantagem, fixando o resultado final, em três lances resultantes de livres laterais.

Com este triunfo, o Paços, melhor durante mais tempo, num encontro marcado pelo calor e por escassas oportunidades de golo, ficou definitivamente a salvo da descida, ascendendo ao 13.º lugar, com 38 pontos. Também salvou o Belenenses SAD.

O Portimonense, que recentemente largara os lugares de descida, arrisca ir lá parar no final da jornada, mantendo por agora o 16.º lugar, com os mesmos 30 pontos de Tondela (15.ª) e Vitória de Setúbal (17.º e em posição de descida), equipas que ainda não jogaram.

O Paços precisava de apenas um ponto para garantir a permanência e a equipa entrou determinada e a mandar no jogo. A intensidade em posse e a agressividade sem bola eram superiores e ‘empurraram’ a equipa para o meio campo dos algarvios, acabando por marcar, com alguma felicidade, à segunda tentativa, aos sete minutos.

Um livre lateral pela direita e um mau alívio do guarda-redes Gonda, na pequena área, facilitaram a vida aos locais, com o lateral Bruno Santos, uma das cinco novidades no ‘onze’, a redimir-se de uma falha minutos antes (chegou atrasado ao cruzamento) e a inaugurar o marcador.

Em vantagem, o Paços baixou o ritmo, mas o Portimonense também demorou na reação, acabando por chegar, com felicidade, ao empate, no primeiro ataque, através de um livre lateral que contou com a infelicidade do central pacense Marcelo, que, ao tentar o corte, acabou por introduzir a bola na própria baliza, em lance dividido com Wyllian.

O empate deu algum ânimo aos algarvios, a partir daí mais dominadores, face a um Paços mais na expetativa, mas sem conseguirem levar perigo à baliza de Ricardo Ribeiro.

O intenso calor e o adiantado da época podem ter pesado na qualidade e velocidade do jogo, disputado quase sempre num ritmo baixo em que a bola rondou pouco as duas áreas.

Aos 41 minutos, noutra rara exceção, o Paços recolocou-se em vantagem, por Denilson, pela terceira vez no encontro após um livre lateral, num lance com vários ressaltos na área do Portimonense.

Em desvantagem no marcador e ainda mais ‘aflito’ na classificação, numa luta que se vai prolongar até à última jornada, os algarvios regressaram dos balneários com Henrique e Jackson Martínez em campo, mas foram os locais, novamente, a ficar por cima do jogo, ganhando a batalha a meio campo e sem permitirem aproximações perigosas dos algarvios.

De pouco valeram as alterações efetuadas por Paulo Sérgio, num jogo que terminou com o Portimonense a ‘despejar’, é certo, bolas na área do Paços, equipa que, aos 79 minutos, em contra-ataque, ficou perto de arrumar a discussão do resultado, mas Uilton definiu mal o lance.

Após o apito final, em pleno relvado, os jogadores pacenses brindaram o técnico Pepa com um banho em plena conferência, prosseguindo os festejos nos balneários.

Jogo no Estádio Capital do Móvel, em Paços de Ferreira.

Paços de Ferreira – Portimonense, 2-1.

Ao intervalo: 2-1.

Marcadores:

1-0, Bruno Santos, 07 minutos.

1-1, Marcelo, 17 (própria baliza).

2-1, Denilson, 41.

 

Equipas:

- Paços de Ferreira: Ricardo Ribeiro, Bruno Santos, Marcelo, Marco Baixinho, Oleg, Stephen Eustáquio (Diaby, 69), Vasco Rocha (Luiz Carlos, 61), João Amaral, Pedrinho (Maracás, 88), Hélder Ferreira (Uilton, 69) e Denilson.

(Suplentes: Marco Ribeiro, Maracás, Bruno Teles, Diaby, Luiz Carlos, Matchoi, Uilton, Adriano Castanheira e Welthon).

Treinador: Pepa.

- Portimonense: Gonda, Hackman, Willyan (Anzai, 80), Lucas Possignolo, Candé (Jackson Martínez, 46), Dener, Júnior Tavares (Ali, 61), Lucas Fernandes, Bruno Tabata, Ricardo Vaz Tê (Henrique, 46) e Aylton Boa Morte (Bruno Costa, 61).

(Suplentes: Ricardo Ferreira, Anzai, Jadson, Henrique, Rômulo, Bruno Costa, Fernando, Jackson Martínez e Ali).

Treinador: Paulo Sérgio.

 

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Stephen Eustáquio (37), Marcelo (45+1), Willyan (59), Dener (89) e Henrique (90).

Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.

- Pepa (treinador do Paços de Ferreira): “Acima de tudo, jogámos para ganhar, independente da ansiedade, com atitude e entreajuda. Quero dar os parabéns ao grupo fantástico, um dos melhores que já treinei, em que isso, depois, se reflete no jogo.

Isto não é permanência, é um título, e o que fizemos é motivo de orgulho. Estamos todos de parabéns, a direção, os jogadores, os adeptos e a cidade”.

 

- Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “Estivemos por cima do jogo, mas sofremos dois golos muito facilitados.

Controlámos o jogo numa primeira parte equilibrada, mas a segunda foi nossa, não conseguindo encontrar o caminho do golo nos últimos 15/20 minutos.

Vamos levantar cabeça. Na última jornada, temos a nossa final para jogar.

A situação do Aves é inaudita e pode mexer com algumas cabeças. Acredito que o Aves vai fazer os dois jogos. Queremos disputar os jogos até ao fim. Quem está na SAD do Aves não está a honrar um clube com 90 anos”.

 

Lusa