POESIA por Ofélia Bomba

Feridas nos troncos das ameixeiras

Choraram topázios de resina

São deles a seda e as maneiras

Com que o teu olhar se ilumina.

 

Ventres inchados das romãs d’Outono

Deram à luz milhares de rubis

São deles, na hora do abandono,

A cor e o brilho com que me sorris.

 

Para ti vesti véus e neblinas

Salpiquei meus cabelos de boninas

Coroei-me de pérolas-geada

 

Moldei o gesto na curva da ternura

Segui descalça p’la rua da ventura

E fui mel e luar de madrugada!