Simpósio sobre “Balanço Energético, um novo modelo de gestão de saúde”.

“Define-se por balanço energético o estado em que o consumo de energia é igual ao gasto energético (…). Um balanço energético positivo é aquele em que a ingestão de energia excede os gastos, o que produz um aumento de peso entre 60 e 80% de gordura corporal, aproximadamente.” Estes são alguns pontos abordados num artigo científico publicado na revista US Endoncrinology, e analisados durante o curso “Balanço energético, um novo modelo de gestão de saúde”, realizado no VI Congresso da Fundação Espanhola de Dietistas-Nutricionistas (FEDN) realizado em Valência.

Segundo este estudo, os componentes do balanço energético são interdependentes e devem ser regulados em diferentes níveis. Apesar de a perda de peso exigir grandes mudanças comportamentais que provocam reduções compensatórias no gasto energético (que por sua vez facilitam a recuperação de peso), a prevenção do aumento de peso passa por realizar pequenas mudanças comportamentais, tais como, reduzir a ingestão de 100 calorias por dia e o aumento da atividade física (na maioria dos casos).

“O corpo humano funciona através de um complexo sistema de controlo fisiológico que faz com que os componentes da ingestão de alimentos e gasto energético não se possam alterar individualmente, sem alterações compensatórias noutros elementos. Sendo assim, as estratégias

de combate à obesidade devem focar-se tanto na entrada como no gasto de energia,” afirma a Dra. Pilar Riobó, do serviço de Endocrinologia e Nutrição do Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz, em Madrid, e uma das especialistas que participou no Simpósio.

De acordo com a Dra. Riobó, “o nosso organismo está preparado para funcionar com uma ingestão limitada de alimentos e bastante exercício físico, e não o contrário, como acontece em muitos casos. É necessário que o conjunto da alimentação seja adequada, moderada e equilibrada, que tenha em conta as necessidades de cada pessoa, e que se acompanhe de um estilo de vida que incorpore atividade física diária”, afirma.

A atividade física é uma das ferramentas com maior potencial para prevenir a obesidade Para a Prof. Dra. Marcela González-Gross, professora do Departamento de Saúde e Performance Humana da Faculdade de Ciências da Atividade Física e do Desporto - INEF da Universidade Politécnica de Madrid, membro da CIBERobn e diretora do grupo de pesquisa Imfine, e outra das especialistas que participou no simpósio, “compreender como funciona o balanço energético no nosso organismo, e educar o público nesse sentido, são a base para a criação de estratégias mais eficazes na redução do excesso de peso e obesidade”. De acordo com este especialista, “toda a comunidade científica considera o exercício físico como uma das ferramentas de saúde pública com maior potencial para prevenir o excesso de peso e a obesidade, como tal, é muito importante proporcionar ao público infraestruturas necessárias para ajudar a desenvolver um estilo de vida mais ativo”. A este respeito, a Prof. Dra. González-Gross refere que diversos estudos apontam que nos últimos 50 anos a atividade física laboral teve uma redução de mais de 100 Kcal/dia.

Ambas as participantes do Simpósio responderam a questões conduzidas pelo Dr. Rafael Urrialde, responsável do Departamento de Saúde e Nutrição da Coca-Cola Ibéria, sobre o conceito de balanço energético e saúde num novo formato de simpósio baseado em perguntas-respostas que também permitiu aprofundar aspetos científicos numa forma mais compreensiva e informativa, respondendo a questões como “Qual a melhor estratégia para manter o balanço energético a longo-prazo?”, “O que é mais fácil: prevenir a obesidade ou revertê-la?” e “Como podemos promover mudanças de comportamento na população?”, entre outras.

 

Por Guess What