Este documento estratégico, elaborado sob a coordenação da Unidade de Saúde Pública do ACeS Barlavento da ARS Algarve em colaboração com os responsáveis dos cuidados de saúde primários e do Centro Hospitalar Universitário do Algarve e com os municípios e as redes sociais dos concelhos de Aljezur, Lagoa, Lagos, Monchique, Portimão, Silves e Vila do Bispo, tem como objetivo identificar principais necessidades de saúde, propor estratégias de intervenção e recomendações para orientar a ação e apoiar a tomada de decisão no setor da saúde e na comunidade em geral, com vista a obter ganhos em saúde e diminuir as desigualdades em saúde.
A sessão de abertura contou com a presença do Presidente do Conselho Diretivo da ARS Algarve, Paulo Morgado, da Presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, da Diretora Executiva do ACeS Barlavento, Leonor Bota, da Diretora do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS Algarve, Ana Cristina Guerreiro e da Enfermeira-Diretora do Conselho da Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Filomena Martins.
No decorrer da sua intervenção, o Presidente da ARS Algarve enalteceu o papel fundamental que o Plano Local de Saúde assume para o reforço da prestação de cuidados de saúde à população, sublinhando que «o facto de sentirmos que todas as câmaras, que múltiplas associações da sociedade civil se envolveram ativamente neste processo de elaboração do Plano Local de Saúde, dá-nos um grande ânimo para passarmos da teoria à prática e para todos em conjunto remarmos no mesmo sentido e transformarmos esta realidade. Temos muito espaço para melhorar».
«A Saúde deverá estar em todas as políticas. A Saúde numa comunidade é uma construção coletiva, na qual participam os serviços de saúde, que são o suporte nas situações mais críticas, mas toda a sociedade tem o dever de colaborar para elevar os padrões de saúde, desde logo, promovendo estilos de vida saudáveis, promovendo políticas ambientais que minimizam os riscos para a saúde, um conjunto de ações que cada um nós poderá fazer de acordo com os papéis que cada um tem na sociedade para trabalharmos para o bem coletivo. É uma tarefa de todos e dependemos de todos para termos sucesso e melhorarmos a Saúde», destacou, salientando que «o processo de elaboração deste primeiro Plano Local de Saúde na região foi extremamente participado por todos intervenientes e parceiros».
Reconhecendo que o Barlavento é uma das zonas com maiores carências, Paulo Morgado sublinhou que a ARS Algarve está a trabalhar «para dar aos cidadãos que vivem nesta zona do barlavento algarvio as condições necessárias para terem acesso mais fácil a uma equipa de saúde». «Em 2014 tínhamos mais de 106 mil cidadãos sem médico de família atribuído. No final de 2017 temos 45 338 utentes sem médico de família, ou seja, demos um importante passo para melhorar a acessibilidade nesta zona do barlavento. Hoje mesmo assinámos contrato com mais enfermeiros, sendo que um número considerável virá para o ACeS Barlavento», frisou.
No mesmo sentido, a Presidente da Câmara Municipal de Portimão, destacando que «discutir a Saúde no Algarve é um imperativo», enalteceu o trabalho desenvolvido por todos os profissionais de saúde da região e a importância da elaboração conjunta deste documento estratégico para o futuro da Saúde. «Fazer um diagnóstico como aquele que é feito por este Plano Local de Saúde é um bom caminho para sermos capazes de encontrar mais e melhores respostas, sendo certo que as respostas em saúde têm de ser feitas de uma forma integrada. Tenho a certeza que todos em conjunto vamos conseguir encontrar as melhores soluções para a Saúde na nossa região. Por isso é fundamental estarmos todos empenhados, a começar pelas autarquias».
No âmbito do processo de descentralização de competências, Isilda Gomes assegurou que os autarcas estão disponíveis para apoiar e colaborar com a Saúde. A terminar, a autarca dando como exemplo do papel que as autarquias podem assumir na promoção de estilos de vida saudável, anunciou que a Câmara Municipal de Portimão se candidatou à Cidade Europeia do Desporto de 2019 e ganhou.
Por seu lado, a Diretora ACeS Barlavento agradeceu a presença de todos e a colaboração da autarquia de Portimão na organização desta sessão. Leonor Bota elogiou ainda «o trabalho desenvolvido pela equipa da Unidade Saúde Pública do ACeS Barlavento e todos os intervenientes e parceiros que participaram na elaboração do Plano Local de Saúde do Barlavento Algarvio».
Na sua intervenção, a Enfermeira Diretora do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Filomena Martins, em representação do Conselho da Administração, reforçou que podem contar com o CHUA «para em conjunto melhorarmos a prestação de cuidados de saúde na nossa região», salientando o papel fundamental que este Plano poderá assumir neste processo de melhoria «e de integração de cuidados».
A Diretora do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS Algarve, Ana Cristina Guerreiro, em nome da Diretora Geral da Saúde, Graça Freitas, que por imprevistos de agenda não pode estar presente na sessão, elogiou o trabalho desenvolvido por todos os profissionais e parceiros que colaboraram na elaboração do Plano Local de Saúde do Barlavento, sublinhando que «o Plano Local de Saúde é um processo partilhado. No próprio processo de construção do plano com o envolvimento de todos existem já ganhos para o trabalho futuro, ganhos para a comunidade, porque um trabalho partilhado provoca um reflexão conjunta sobre os problemas e as soluções».
Após a sessão de abertura e um apontamento musical a cargo de um trio de música de câmara do agrupamento de escolas da Bemposta de Portimão, a apresentação do Plano Local de Saúde foi realizado pela Médica de Saúde Pública, Maria Clara Garcia, acompanhada pela Enfermeira Especialista em Saúde Comunitária, Ana Rodrigues, ambas da Unidade de Saúde Pública do ACeS Barlavento, e responsáveis pela Coordenação Técnica do processo de construção, supervisão da implementação e da monitorização do Plano.
No decorrer da apresentação, após uma breve descrição sobre o modelo e as várias fase de elaboração do plano, foram destacadas as principais necessidades e problemas de saúde identificadas pelos parceiros, assim como os indicadores, metas, modelos de comunicação, monitorização, avaliação e os eixos estratégicos a implementar até 2020 para fazer face a cada um dos problemas de saúde identificados.
De referir que das necessidades de saúde identificadas pela população do Barlavento Algarvio os parceiros priorizaram cinco:
diminuir a morbi-mortalidade por doença mental; a morbi-mortalidade por diabetes mellitus; a prevalência de excesso de peso/obesidade; a morbi-mortalidade por doença cérebro-vascular.
aumentar as atividades de promoção da saúde oral e a prestação de cuidados de saúde oral nas unidades de Saúde do SNS do Barlavento Algarvio.
Sendo que os objetivos e metas para 2020 atingir em relação a cada um dos cinco problemas de saúde:
- mais Saúde Mental;
- menos complicações graves de diabetes mellitus;
- melhorar o registo de Índice de Massa Corporal (IMC);
- melhorar o registo do HTA;
- mais Saúde Oral.
De destacar o apoio da autarquia de Portimão na organização desta sessão que contou com a presença de representantes dos municípios e das redes sociais dos concelhos de Aljezur, Lagoa, Lagos, Monchique, Portimão, Silves e Vila do Bispo, assim como de profissionais de saúde das unidades de saúde pública dos ACeS e do CHUA e representantes de organizações da sociedade civil.
Por: ARS Algarve