"Havia prometido há poucas semanas que a emoção não se iria sobrepor à razão na hora de assumir a organização do Portugal Open 2015. E, infelizmente, foi com infinita tristeza que me vi forçado a comunicar ao ATP que não reuni as condições de poder assumir a organização do próximo Open”, começa por explicar João Lagos.
Com a renúncia de Lagos, organizador do torneio desde o primeiro momento, a continuidade do Portugal Open no calendário mundial fica comprometida.
Ao longo dos últimos anos, João Lagos ameaçou várias vezes com o fim do Portugal Open, devido às dificuldades financeiras para manter o torneio.
A mudança de nome de Estoril Open para Portugal Open, em 2013, por sugestão de Paulo Portas, então ministro dos Negócios Estrangeiros, foi apresentada como a melhor notícia de sempre da prova, mas acabou por não trazer mudanças profundas para o futuro do torneio.
Em 2014, sem apoio do Turismo de Portugal, mas com o estatuto de utilidade pública, João Lagos voltou a dizer que o torneio estava em perigo, por falta de cerca de dois milhões de euros num orçamento global de 3,5 milhões.
Apesar das dificuldades da João Lagos Sport, acentuadas após a anulação do Dakar de 2008, que partia de Lisboa, o Portugal Open foi garantido a cerca de um mês do início e realizou-se mesmo em 2014, naquela que foi a 25.ª edição do único torneio em solo luso do circuito ATP, a primeira divisão do ténis mundial.
“Nunca o Portugal Open esteve tão em risco como neste ano. Foi como se tivesse acordado de um coma profundo. Tínhamos de tomar uma decisão hoje e estou feliz por isso”, confessou, na altura, João Lagos à agência Lusa.
Em abril, a poucos dias do início da prova, entraram no Tribunal do Comércio de Lisboa pelo menos dois pedidos de insolvência da João Lagos Sports – Gestão de Eventos SA, organizadora da prova. Na altura, Lagos defendeu que queriam “matar” a organização com estes pedidos de insolvência.
Já em outubro, a organização do torneio luso anunciou que o quadro feminino deixaria de estar no circuito WTA, numa “decisão estratégica” para “concentrar todos os recursos” na prova masculina.
“Ainda estamos à procura de reunir as condições necessárias para o mais depressa possível podermos garantir a prova. Digamos que a exclusão do torneio feminino resulta numas poupanças significativas”, referiu.
Hoje, João Lagos informou que vai deixar de organizar o torneio, que poderá sair do calendário ATP em 2015, no qual estava provisoriamente previsto para a semana de 27 de abril a 03 de maio.
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