Uma Celebração Incompleta do Legado de Joaquim Guerreiro

Entre os dias 27 e 30 de julho, ocorreu a 20ª edição do Festival MED, um evento que, desde a sua primeira edição em 2004, se tornou uma referência cultural não só para o concelho de Loulé, mas igualmente a nível regional e nacional. Este festival celebra a diversidade cultural e musical do Mediterrâneo e foi fundado por Joaquim Guerreiro, que chegou a ser Vereador da Câmara Municipal de Loulé – desta Câmara Municipal onde hoje nos encontramos.

. Joaquim Guerreiro foi um político e dinamizador cultural dedicado, conhecido e reconhecido pelo seu trabalho em prol do património cultural de Loulé. Sob sua liderança, o Festival MED consolidou-se como um evento anual de destaque, recebendo várias distinções e prémios nacionais e internacionais pelo seu impacto cultural. Entre as suas contribuições notáveis estão também a criação da Noite Branca, a requalificação do Cine-Teatro Louletano, a Gala do Desporto do Concelho de Loulé, entre tantos outros.

. Joaquim Guerreiro também desempenhou um papel importante na vida cultural de Faro, onde dirigiu o Teatro Municipal e impulsionou eventos como o Festival F e o Alameda Beer Fest. 

. Infelizmente, faleceu a 2 de setembro de 2017, vítima de doença, deixando um legado duradouro na cultura local.

. É com profunda indignação que observamos que, na 20ª edição do Festival MED, não foi realizada uma homenagem significativa a Joaquim Guerreiro. Este evento, idealizado e impulsionado com tanto empenho e paixão por ele, transformou-se num marco cultural de Loulé e do Algarve.

. A falta de reconhecimento ao seu contributo é uma oportunidade perdida de honrar a memória de um Louletano quem tanto fez pela cultura e identidade da nossa cidade.

. Interrogamo-nos se o valor daqueles que promovem o desenvolvimento e notoriedade da nossa terra merecem ser ignorados desta forma.

. Interrogamo-nos se houve ou não má fé neste esquecimento.

. Não percebemos porque aqueles que muito devem ou muito aprenderam com a criatividade, empenho e dinâmica de Joaquim Guerreiro se esqueceram de fazer o devido reconhecimento do seu legado nas mensagens escritas referentes a esta ocasião.

. Num documento com 100 páginas e mais de uma dezena de testemunhos e mensagens e que assinala os 20 anos do Festival, ilustrando e reconhecendo a importância do evento, apenas em 2 ocasiões é referido o nome do seu criador, em 2 testemunhos de pessoas do mundo da cultura e curiosamente, todas com origem fora do concelho.

. Esta omissão, talvez numa tentativa que não é inédita do Partido Socialista de convenientemente fazer esquecer aqueles que tanto contribuíram para o desenvolvimento do nosso concelho, movido eventualmente por razões ideológicas ou político-partidárias, é um ato irreparável e que ficará na memória daqueles que nunca irão compactuar com esta forma de estar e fazer política.

. Só nos resta agora aguardar que em futuras edições, esta omissão seja corrigida e o legado de Joaquim Guerreiro, que tanto orgulha os louletanos, seja devidamente celebrado. 

. Os dirigentes políticos desta cidade não podem esquecer os seus cidadãos de maior valor, independentemente do seu currículo político.

. Finalmente, queremos deixar a proposta, para que no próximo festival a realizar em 2025 e para o futuro, um dos palcos principais do Festival MED seja batizado com o nome de Joaquim Guerreiro, em sua memória e para memória futura.

 

Loulé 01/07/2024

Os Vereadores do PSD

João Paulo Sousa

Claúdio Lima