Sobre as atoardas que o senhor engº António Murta anda a espalhar neste seu regresso ao espaço público como representante do Partido Socialista de Vila Real de Santo António

 

O senhor engº António Murta, antigo Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, decidiu ultimamente regressar ao espaço público com um conjunto de atoardas, de especulações e mentiras, que só podem compreender-se pelo desejo de se vingar, fora das urnas, da sua mais recente derrota eleitoral, nas eleições autárquicas, em representação do Partido Socialista.

 O PSD repudia as atoardas do senhor engº António Murta e denuncia a falta de pundonor de quem deixou, depois de 16 anos de governação dos destinos da autarquia, um lamentável legado de trapalhadas, insensibilidade ambiental e obra por fazer.

O PSD, respeitando as posições políticas de todos, não pode, como é óbvio, tolerar a hipocrisia de quem se aproveitou sempre mais do cargo político do que dos interesses do concelho.

Sobretudo, enquanto o PS local e o senhor engº António Murta não explicarem os quase 30 milhões de euros em faturas amontoadas em caixas de cartão, fora da contabilidade oficial da Câmara Municipal e, portanto, fora de qualquer controlo legal, tal como detetado na auditoria de 2006.

Sobretudo, enquanto não esclarecerem os milhões que foram gastos num sistema de saneamento básico na zona norte de Vila Real de Santo António que nunca funcionou.

Sobretudo, enquanto não explicarem a forma conturbada e pouco clara como foram adjudicadas as obras das Piscinas Municipais de VRSA e, sobretudo, da Biblioteca, cujo processo de concurso previa a conclusão da obra em 4 meses.

Sobretudo, enquanto não explicarem que embrulhadas processuais e concursais levaram a que nenhuma das grandes obras que estavam em curso tivesse sido concluída até final do seu último mandato, embrulhadas em ilegalidades e irregularidades processuais que o executivo seguinte, do PSD, custosamente (também do ponto de vista financeiro) teve que ir resolvendo, como resolveu.

Sobretudo, enquanto não explicarem por que razão as obras de asfaltamento da ex-125 na Aldeia Nova estavam a ser executadas sem concurso e sem contrato, num procedimento ilegal que, durante meses e meses, prejudicou os residentes e a economia local, até o PSD, no seu primeiro mandato, proceder à sua conclusão e, posteriormente, aos arranjos urbanísticos e paisagísticos na Aldeia Nova e nas Hortas, que o executivo do senhor engº António Murta sempre deixara ao abandono.

Sobretudo, e ainda que à época houvesse fundos comunitários disponíveis para cofinanciamento, enquanto não explicarem as razões porque se deixou a população de Monte Gordo a passar “as passas do Algarve”, entregue à sua sorte sempre que chovia, com inundações que abriam os noticiários televisivos, exigindo-lhes sacrifícios ao mesmo tempo que a situação nos envergonhava a todos.

Sobretudo, enquanto não explicarem porque nunca se investiu nas praias de Santo António, de Monte Gordo e da Manta Rota.

 

Sobretudo, enquanto não explicarem como foi possível a insensibilidade social de governarem 16 anos e não se ter levado a água canalizada e os esgotos a toda a zona da serra.

Sobretudo, enquanto não explicarem as razões que levavam a que nesse tempo os munícipes, e os agentes económicos de um modo geral, esperassem e desesperassem pela aprovação dos seus processos, ao mesmo tempo que Vila Real de Santo António ganhava, de longe, o campeonato algarvio das ilegalidades urbanísticas.

Sobretudo, enquanto não explicarem como era possível não investir na Casa da Câmara, deixando-a prosseguir um triste processo de degradação, cujo triste simbolismo pode ser dado pela imagem de funcionários a estender plásticos sobre as fotocopiadoras sempre que começava a chover.

Sobretudo, enquanto não explicarem o quanto custou ao Município, e o mais que poderá ainda custar, em indemnizações a pagar por ilegalidades desse tempo ainda pendentes de decisões judiciais, em taxas urbanísticas que nunca foram cobradas e que ascendem a várias dezenas de milhões de euros, ou em obras que tiveram de ser realizadas ao nível das águas residuais: algumas com carácter de urgência, face às multas milionárias que o Tribunal Europeu ameaçava impor ao Município, tendo presente a realidade desse tempo de descarga de esgotos sem tratamento para o Rio Guadiana; outras, porque os executivos do PS deixaram tudo por resolver no domínio dos esgotos, tendo exigido investimentos de 65 milhões que entretanto foram realizados pelos executivos do PSD.

Sobretudo, enquanto não explicarem que gestão foi essa que exigiu dos executivos seguintes um nível de investimento que tinha sido adiado ano após ano pelos executivos do PS, investimentos esses a que agora o senhor engº António Murta chama dívida, esquecendo que muito desse dinheiro investido foi gasto a resolver problemas estruturais que a sua própria gestão, de tão má memória para os Vila-realenses, deixou como herança a quem viesse a seguir.

Estes são apenas alguns exemplos que demonstram a hipocrisia e a lata que é preciso ter para o senhor engº António Murta, depois de perder as eleições, vir agora para o espaço público num afã de atoardas transformadas em comunicados, entrevistas e declarações à imprensa.

Os munícipes de Vila Real de Santo António não esquecem o que foram os 16 anos de gestão camarária do senhor engº António Murta.

E, portanto, que o Partido Socialista de Vila Real de Santo o tenha trazido à praça pública como reforço, e que o escolha como representante do partido para a luta política local, é só mais um exemplo de que não aprende com o passado.

 

A Comissão Política de Secção do PSD de Vila Real de Santo António