A noite mais fria e ventosa deste verão não afastou o imenso público que se concentrou no Mercado de Verão de Quarteira para mais uma noite musical.

A programação anunciava concerto de Luisiana. Um nome desconhecido que mereceu o benefício da dúvida da plateia.

Na hora da subida ao palco, todos terão pensado que, afinal, apesar do fresquinho da noite, a espera tinha valido a pena: E quem subiu ao palco não foi nada menos que a muito apreciada cantora Ana Newton e o seu marido, o talentoso e versátil músico Luís Trindade. Nas palavras do próprio, “nós somos Luís e Ana, logo, Luisiana”.

Estava dado o tiro de partida para uma noite climatericamente um pouco desconfortável mas musicalmente uma grande homenagem à Música Portuguesa sem ninguém arredar pé.

O duo cantou temas da Música Portuguesa, tais como Laurinda (Cancioneiro Tradicional de Monchique, recuperado por Michel Giacometti), Milho Verde (José Afonso), Balada Astral (versão de Miguel Araújo), Índios da Meia Praia (José Afonso, versão Dulce Pontes), Encosta-te a Mim (Jorge Palma), Solta-se o Beijo (Ala dos Namorados), Feira de Castro (Mariza), Eu Sei (Sara Tavares), Gota de Água (Tradicional Alentejano), Ferreiro (Tradicional Português), Cinderela (Carlos Paião), Não Há Estrelas no Céu (Rui Veloso), A Dar-te Um Beijo (D.A.M.A.), Laurindinha (Tradicional Português), Desfado (Ana Moura) e Senhor Vinho (Amália Rodrigues).

Pelo meio, o duo brindou a comunidade italiana presente com o tema L’italiano (Toto Cutugno), numa versão livre fora do alinhamento do repertório preparado para esta noite.

Temas acompanhadas à guitarra por Luís Trindade, arrancando do instrumento sonoridades de outros instrumentos, enriquecendo ainda mais a atuação.

Entre os temas apresentados, alguns suficientemente sugestivos para um pezinho de dança e o público não se fez rogado.

O concerto terminou com “só mais uma” pedida pelo público, As Armas do Meu Adufe (Música Tradicional Portuguesa da Beira Baixa – Idanha-a-Nova).

Mais uma grande noite no Mercado de Verão de Quarteira, numa atmosfera mais quente que a sensação térmica vivida no recinto, deixando memórias para mais tarde recordar.

 

Jorge Matos Dias