Que perfeita união
Olhos, ouvidos, sangue
Cérebro e coração,
E todos os órgãos unidos são.
O cérebro na sua função
Tudo transmite ao coração
Nele incute alegria ou tristeza
Atos terríveis ou de grandeza
Mas nem sempre de acordo estão.
Os olhos e os ouvidos
Segundo os seus sentidos
Ao coração são transmissores
O coração recetor
Logo sente alegria ou dor
Conforme os factos transmitidos
Vive o coração, se o sangue corre
Se o coração para, o sangue morre.
São as mãos submetidas
Às ordens do cérebro e do coração
Conforme as ordens tidas
Boas ou más obras farão,
Que estes órgãos tão perfeitos
Fossem apenas sujeitos
À mais sublime condução.
Todos os órgãos em ligação
O corpo deles precisa
Tendo em conta e atenção
A esmerada função
De toda a parte digestiva.
A boca fala e alimenta
Os braços que a sustenta
Cada qual com sua função
Todos os órgãos do corpo são
Verdadeira fineza
Dádivas de Deus e da natureza.
Dominados p’lo cérebro são
Os órgãos da procriação
Com seu devido respeito
Que o domínio seja feito
Em respeitável condição.
Com saúde que tanto importa
Pelo cérebro conduzido
É o corpo concluído
Com as pernas que o transporta.
A pele e os músculos são
Para o que são com certeza
E em tão ligada introdução
Estão os ossos que dão
Ao corpo a forma e a firmeza.
Dentro da normalidade
Nenhum órgão é dispensado
Todos necessários são,
Mas pela condição que é tida
Nenhum órgão terá vida
Se faltar os da respiração.
Eis que perfeita união.