O deputado Rui Cristina, eleito pelo PSD no Algarve, em audição conjunta realizada na Assembleia da República, a 27 de janeiro e na qual intervieram representantes dos técnicos de saúde e gestores hospitalares, questionou o facto de não estarem a ser «cabalmente prestadas pelo Governo ou pela Ministra da Saúde informações sobre o plano de vacinação».

Entre as informações “omissas pelo Governo”, estão os números reais da vacinação dos profissionais do setor privado, no momento em que aumenta o número de doentes transferidos.

“São 15 mil os técnicos de saúde que trabalham no setor privado e alegadamente apenas 570 receberam a vacina e não estará prevista nova calendarização”, denuncia.

Por outro lado, os Centros de Saúde e as Unidades de Saúde Familiar não sabem como vão ser vacinados utentes sem médico de família, com mais de 50 anos e com doenças associadas e há dúvidas de como serão contactados mais de um milhão de doentes sem médicos de família.

“Os utentes que não têm médico de família serão excluídos das listas de vacinação, independentemente de preencherem os critérios”?, questionou o deputado algarvio.

Existem ainda dúvidas “sobre a vacinação de utentes que não se conseguem deslocar e sobre a capacidade dos profissionais dos cuidados de saúde primários suportarem mais este esforço, com a mesma capacidade de atendimento, mas com muito mais funções atribuídas”.

Há veto das finanças quanto à participação dos hospitais privados no combate à Covid19?

No que concerne à participação dos hospitais privados, com a brusca escalada de casos positivos da Covid19, de forma a impedir o colapso eminente do SNS, que se encontra numa situação de pré catástrofe, “a questão que se coloca é se foram unicamente as questões financeiras que impediram até aqui, um acordo entre o SNS e o setor privado”.

O parlamentar considera ser “da maior importância ter informação objetiva da situação, tanto dos recursos, quer dos profissionais da saúde, já que “a grave situação atual recomenda uma oposição responsável, capaz de fazer parte das soluções”.

“As intervenções dos participantes desta audição evidenciaram existir muitas questões sem resposta, com respostas erradas e ineficazes e ainda uma confrangedora falta de capacidade de informar – profissionais, público e o Parlamento, quanto à situação, com a verdade e transparência exigidas pela situação de pré-catástrofe que se vive nos serviços de saúde.

Participaram na audição conjunta realizada no Parlamento os presidentes da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar Enf. Diogo Urjais, da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Dr. Alexandre Lourenço, da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Dr. Ricardo Mexia e da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Dr. Óscar Gaspar.

 

Por: Rui Cristina