POESIA por Isidoro Cavaco | isidorocavaco@gmail.com

O povo tem no seu cunho

Costumes já seculares,

Que nas tradições de junho

Põe nas festas populares.

 

 

SANTO ANTÓNIO

 

ÒH meu qu’rido S. António

És meu santinho adorado,

P’ra celebrar matrimónio

Arranja-me um namorado.

 

Vim à festa neste dia

Para arranjar quem me queira,

Não quero ficar p’ra tia

Nem tenho jeito p’ra freira.

 

Santo António já não tem

Para todas um marido,

Porque há homens que também

Lhe fazem esse pedido.

 

 

SÃO JOÃO

 

Para alegria do povo

E mantendo a tradição,

Vêm as festas de novo

Na noite de São João.

 

Na noite de São João

Quando um beijo te roubei,

Perdi o meu coração

Nunca mais o encontrei.

 

Enquanto alguns namorados

Vão trocando o coração,

Há muitos beijos roubados

Na noite de São João.

 

O crepitar das fogueiras

E o seu místico calor,

Faz casadas e solteiras

Sonharem sonhos de amor.

 

Não querem ficar p’ra tias

Estas meninas solteiras,

Nem sequer passar os dias

A servir Deus como freiras.

 

Na fogueira vão queimar,

A alcachofra florida,

P’ro São João lhe arranjar,

Um amor p’ra toda a vida.

 

São João soube esconder

As estrelas e o luar,

P’ra tua mãe não nos ver

Quando te estava a beijar.