Os estudantes da Universidade do Algarve (e não só) regressaram a Paderne entre 25 de janeiro de 02 deste mês para cumprir o segundo ano da «Missão País» naquela aldeia e a edição foi a mais participada que já organizaram, confirmando a tendência de aumento que se tem vindo a observar a cada ano.
Embora se tenham inscrito cerca de 60 alunos, alguns dos quais tiveram de desistir por doença ou por não terem conseguido a dispensa de exames, o recorde foi alcançado com a participação de 40 estudantes, aos quais se juntaram os oito chefes da missão, também alunos daquela academia, incluindo os chefes gerais Matilde Pereira, estudante do 3º ano de Ciências Farmacêuticas, e João Cavaco Rodrigues, estudante do 3º ano de Enfermagem, o padre António de Freitas, assistente espiritual, e o diácono Bruno Valente, perfazendo um total de 50 elementos.
Os missionários ficaram novamente alojados na Casa do Povo e dividiram-se pelos grupos (comunidades) de visita à escola e ao lar do Centro Paroquial, de contacto porta a porta, do teatro e do designado ‘Just a Change’, que se ocupa de pequenas obras e melhoramentos em casas de pessoas carenciadas e que em Paderne se dedicou à limpeza de uma habitação destinada a acolher indivíduos nessa condição.
A meio da semana foram visitados pelo bispo do Algarve que todos os anos faz questão de demonstrar a sua proximidade. D. Manuel Quintas visitou os missionários no passado dia 28 de janeiro e presidiu também a Eucaristia naquele dia.
O bispo diocesano agradeceu ao padre António de Freitas – que, para além de assistente daquele projeto dos estudantes da UAlg, é o capelão da instituição e o responsável do Setor da Pastoral Universitária da Diocese do Algarve – por todo o trabalho que realiza naquele âmbito, considerando ser “um serviço muito importante e nada fácil”.
 
D. Manuel Quintas, que agradeceu igualmente a disponibilidade do diácono Bruno Valente para acompanhar o grupo, foi presenteado pelos chefes gerais com uma camisola e a cruz dos missionários como sinal de gratidão pela sua visita.
Agradecendo o seu interesse pelo projeto, o acompanhamento e a visita, o assistente espiritual da ‘Missão País’ da UAlg disse ao bispo do Algarve ser “bonito ver os universitários a darem a vida, a organizarem, a trabalharem e se empenharem”. “Eu vou estando na retaguarda, mas quem trabalha são eles”, garantiu.
Quem também marcou presença junto dos estudantes foi o reitor da UAlg. À semelhança do que fizera o ano passado, Paulo Águas participou na Eucaristia de encerramento da atividade, no passado domingo na igreja matriz de Paderne, e congratulou-se com a iniciativa. “Feliz é a universidade que tem estudantes como vós. Sois, seguramente, um orgulho para a nossa universidade”, afirmou no final da celebração, constatando que os alunos “vieram dar, mas também vieram receber muito”. “Amanhã [03 de setembro] começam as aulas do segundo semestre e estou certo que irão revigorados. Vocês têm um papel muito importante na instituição entre os vossos pares e a mensagem final é que continuem a ser felizes, fazendo outros felizes”, afirmou aquele responsável, que também foi presenteado pelos chefes gerais com uma camisola e a cruz dos missionários, que fez questão de envergar, considerando ainda que o capelão da UAlg “desenvolve um trabalho extraordinário” com os estudantes da academia.
 
O sacerdote retribuiu ao reitor o agradecimento pela presença que considerou ser um estímulo para os universitários.
No final da Missa de encerramento, o padre António de Freitas referiu-se a uma “semana maravilhosa”. “Não obstante estarmos cansados, estamos felizes porque mais uma vez vivemos a experiência de que a vida é muito mais bela quando é vivida como dádiva aos outros; quando deixamos que o Senhor faça da nossa vida uma benção para os outros em vez de querermos reter em nós as bênçãos de Deus. Devemos procurar recebê-las para as distribuir. E, no fundo, foi essa experiência de cada um destes universitários que, comigo e com o diácono Bruno, fomos fazendo ao longo desta semana”, afirmou, agradecendo aos universitários “por aquilo que foram para a vida daquelas pessoas e uns para os outros” ao longo da semana.
O sacerdote exortou-os a replicar a vivência daquela semana durante os restantes dias das suas vidas. “A nossa vida tem de ser todos os dias uma missão de amor aos outros e de dádiva uns aos outros”, referiu, pedindo que levem aquele “sentido da vida” para “onde quer que estejam”, seja na família, na universidade ou noutra qualquer circunstância. “Não há impossíveis na nossa vida. Quando confiamos em Deus tudo se torna possível e vocês experimentaram isso”, concluiu, agradecendo a “generosidade material” dos padernenses.
 
Também os chefes gerais agradeceram aos restantes voluntários por se terem tornado “imagem de Jesus Cristo para os outros”, “à comunidade pelo apoio, pelo carinho e pela receção calorosa” que tiveram, às instituições que os ajudaram e ao padre e ao diácono por serem “uma grande fonte de inspiração”.
O pároco de Paderne, padre Pedro Manuel, também lhes manifestou a “profunda gratidão” pela semana que proporcionaram.
A ‘Missão País, este ano sob o lema ‘Não se perturbe o vosso coração!’, aproveitado do Evangelho segundo São João, leva cerca de 4.200 participantes, de 60 faculdades, a 73 localidades do país e tem como cor o lilás, que representa o caminho, a inquietação e a transformação.
A ‘Missão País’ é uma iniciativa universitária que começou em 2003 com 20 estudantes ligados ao Movimento Apostólico de Schoenstatt e que se organiza e desenvolve a partir de várias faculdades de Portugal. Nela participam jovens de todos os credos e também quem não professa nenhuma religião. São semanas de apostolado e de ação social que decorrem durante três anos consecutivos no período de interrupção de aulas entre o primeiro e o segundo semestres, divididas em três dimensões complementares – externa, interna e pessoal – em que o primeiro ano consiste no “acolhimento”, o segundo na “transformação e o terceiro no “envio”.
 
Folha do Domingo