Entre os primeiros naturais da Tôr ou d’Atôr conta-se Martim Anes, referido na “Acta de Vereação de Loulé” de 1468/4/23 como vereador. A sessão camarária desse dia dava conhecimento de uma carta do Rei (D. João II) sobre a importação de trigo da Bretanha, dada a mingua de pão (Portugal era e é deficitário em trigo), autorizando esta cidade (?) a comprar 1000 moios (c. 455 t), dos que se destinavam à Comarca “d’Antre Tejo e Odiana” ...
João Martins Sem Dono, falecido em 1544, deixou como testamenteiro o seu irmão Martim Anes Cem Dono (fig. brasão da Tôr com a ponte sobre a Ribeira de Algibre, do tempo de D. Sebastião, segundo Ataíde de Oliveira, 1989). Algibre significa “Perto” em Árabe e nas suas águas já se abanhou e pescou …
Outro homónimo foi João Martins Sem Dono, casado em Loulé por três vezes - em 1680 com Francisca Gonçalves, em 1692 com Maria Martins e em 1709 com Leonor Luís.
Foram pais deste João Martins Sem Dono - Pascoal Martins, nascido em Apra em 1630, casado em 1652 com Catarina Martins (filha de João Martins e de Inês Afonso Dias) e falecido em 1702.
Pascoal Martins foi filho de João Martins "O Velho”, natural de Clareanes, casado com Águeda Dourada e falecido em 1682.
Estêvão Raposo foi casado em 1598 com Isabel Mendes, em segundas núpcias com Domingas Martins (filha de Manuel Martins e de Isabel Correia), em terceiras com Guiomar Neta e em quartas com Catarina Antunes, vindo a falecer já viúvo em 1627. Estêvão e Domingas Martins foram os pais de João Martins “o Velho”.
Fernão Raposo casou nos Quartos, em 1562, com Guiomar Soares e faleceu em 1612. Foram os pais de Estêvão Raposo.
João de Gois, que terá nascido em c. 1500, foi casado com Isabel Farta Ichoa (filha de Martim Farto e de Águeda Neta) e faleceu em Loulé em 1568. Foram os pais de Fernão Raposo…
Por esta pesquisa não foi possível identificar qual o ramo de ligação entre o mais recente João Martins Sem Dono e os irmãos Martim Anes e João Martins da Tôr, mas pela raridade do apelido esse elo deve existir…
