Num protesto que juntou muitos profissionais que participaram na greve nos serviços de saúde do Algarve realizada hoje, os responsáveis do Sindicato de Enfermeiros Portugueses e do Sindicato da Função Pública do Sul tomaram a palavra para defender, uma vez mais, o Serviço Nacional de Saúde, que tem estado a ser “alvo de um ataque” por parte do poder político.
Nuno Manjua, coordenador do Sindicato dos Enfermeiros no Algarve, criticou a atual situação laborar dos profissionais de saúde da região, que “são insuficientes para as necessidades dos serviços” e “andam esgotados” por realizarem horários e turnos consecutivos.
Também foram apontadas “faltas recorrentes de materiais” que prejudicam o atendimento aos utentes, que estão a ser cada vez mais “empurrados para os serviços privados de saúde”.
“Esta é uma manifestação contra o estado de degradação dos serviços de saúde. Esta não é uma manifestação qualquer. É uma manifestação de solidariedade para com uma greve dos profissionais de saúde da região, que a fizeram como último recurso, mas que tinha que acontecer, porque o SNS vive a situação mais degradante no Algarve desde a sua criação”, afirmou o deputado socialista Miguel Freitas.
Vasco Cardoso, em representação do PCP, também criticou a política de saúde que tem sido seguida pelo atual Governo e exigiu a demissão do ministro da Saúde, Paulo Macedo, que está a fazer um “forte ataque aos Serviço Nacional de Saúde” e não está a resolver os problemas que os profissionais e os utentes sentem a cada dia na região quando tentam aceder aos serviços.
Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira e da Comunidade Intermunicipal do Algarve, considerou que esta greve dos profissionais vem uma vez mais chamar a atenção para problemas que estão identificados há muito, mas que o Governo não tem resolvido, apesar dos insistentes pedidos feitos pelos autarcas.
“A falta de profissionais, as quebras nos materiais, nos exames complementares de diagnóstico já estão identificadas há muito. Mas o Governo tarda em dar resposta, numa região que é a principal zona turística do país e que, por isso, devia merecer uma diferenciação maior”, afirmou Jorge Botelho.
Ao longo da tarde, foram várias as personalidades que intervieram na tribuna pública, dando conta dos problemas que têm sentido e que agora os profissionais de saúde da região decidiram contestar com a greve de 24 horas realizada hoje nos serviços do Algarve.
A greve contou com uma adesão entre os 80 e os 90 por cento, segundo os sindicatos, que esperam obter do Governo resposta aos problemas de recursos humanos e de faltas de materiais ou adiamento de exames que se tem verificado nos últimos tempos nos hospitais algarvios.
Por: Lusa