Segundo a Reuters, este programa-piloto que está a ser preparado pelas autoridades dos EUA deve entrar em vigor dentro de duas semana e visa «desmotivar os visitantes que ultrapassam o prazo de validade dos seus vistos».
Os EUA vão lançar, dentro de duas semanas, um programa-piloto que prevê a introdução de uma fiança que pode chegar aos 15 mil dólares para a atribuição de vistos de turismo e negócios, avança a Reuters, que cita um comunicado da administração norte-americana, emitido esta segunda-feira, 4 de agosto.
 
Segundo a informação avançada pela Reuters, este programa-piloto que está a ser preparado visa “desmotivar os visitantes que ultrapassam o prazo de validade dos seus vistos”.
 
Através deste programa-piloto, os funcionários consulares dos EUA vão passar a poder impor fianças aos visitantes de países que tenham “altas taxas de permanência fora do prazo de validade dos seus vistos”.
 
O comunicado da administração norte-americana diz ainda que as fianças também podem ser aplicadas a pessoas vindas de países onde as informações de triagem e verificação são consideradas insuficientes.
 
A Reuters lembra que o controlo da imigração foi uma das bandeiras de campanha do atual presidente dos EUA, Donald Trump, que tem vindo a apertar os critérios de entrada no país e emitiu mesmo uma proibição de viagens para os EUA que se aplica aos cidadãos de 19 países, por motivos de segurança.
 
O novo programa de vistos dos EUA deve entrar em vigor a 20 de agosto e prevê a aplicação de fianças em três níveis para os cidadãos dos países mais incumpridores, concretamente cinco mil, 10 mil e 15 mil dólares.
 
“Os países serão identificados com base em altas taxas de permanência excessiva, deficiências na triagem e verificação, preocupações com a aquisição de cidadania por investimento sem requisito de residência e considerações de política externa”, disse à Reuters um porta-voz do Departamento de Estados dos EUA.
 
Caso os viajantes cumpram o prazo do visto, a fiança será posteriormente devolvida.
 
A Reuters recorda ainda que, nos últimos meses do primeiro mandato de Donald Trump como presidente dos EUA, em novembro de 2020, foi também lançado um programa de vistos semelhante que, não chegou, contudo, a ser completamente implementado, devido às quebras nas viagens provocadas pela pandemia.
 
US Travel Association desvaloriza programa-piloto
 
No seguimento das notícias divulgadas sobre o novo programa-piloto de vistos para os EUA, a Reuters foi também ouvir a US Travel Association, associação que representa várias empresas turísticas norte-americanas, que desvaloriza o novo programa e a adoção de fianças, uma vez que estas vão afetar um número reduzido de requerentes de vistos.
 
“O objetivo do programa-piloto de títulos de visto parece ser limitado, com cerca de 2.000 requerentes afetados, provavelmente apenas de alguns países com um volume de viagens relativamente baixo para os Estados Unidos”, reage a US Travel Association, citada pela Reuters.
 
Entre os países mais afetados por esta nova política de vistos para os EUA estão vários dos Médio Oriente e África, que apresentaram altas taxas de permanência além do prazo dos vistos, de acordo com dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA referentes a 2023.
 
A Reuters recorda ainda que, além deste programa-piloto que prevê a introdução de fianças, o Congresso dos EUA aprovou também a criação de uma taxa de 250 dólares para os turistas que peçam um visto turístico para visitar o país, num valor que também poderá ser reembolsado, caso as regras de permanência no território norte-americano sejam cumpridas. Esta taxa começa a ser cobrada a 1 de outubro.
 
 
Por: Publituris