André Magrinho, Professor universitário, doutorado em gestão | andre.magrinho54@gmail.com

Um dos desafios mais relevantes que se coloca atualmente aos territórios e, em particular às cidades, prende-se com a sua inteligência, associada à digitalização, e a sustentabilidade. Por isso, terão que constituir uma prioridade estratégica por parte das políticas públicas, sobretudo autárquicas, em estreita articulação com o investimento empresarial, o empreendedorismo, a educação, formação e ciência e tecnologia, envolvendo também as comunidades e demais partes interessadas. Transição digital e sustentabilidade significam também um alinhamento com o Pacto Ecológico Europeu (Green Deal), que serve de matriz ao atual PRR-Programa de Recuperação e Resiliência e, ainda, ao Novo Quadro Plurianual 2021-2027, perfazendo 61,2 mil milhões de Euros para Portugal. O que significam então territórios e cidades inteligentes (smart cities) e sustentáveis? Para a União Europeia, as cidades inteligentes alicerçam-se na interação inteligente de pessoas e sistemas, sobretudo de base digital, utilizando energia, materiais, serviços e recursos de forma sustentável. Recorrem à tecnologia para melhorar a gestão autárquica e proporcionar aos seus cidadãos uma melhor qualidade de vida e sustentabilidade dos espaços, investindo nomeadamente na “saúde e segurança”; “sustentabilidade e eficiência energética”; “cidadania, investimento, empreendedorismo, conhecimento, entretenimento e cultura”; “conectividade e mobilidade inteligente e sustentável”; e, na “governação inteligente”. Significam também um compromisso e um posicionamento no combate às alterações climáticas, contribuindo para a redução de gases com efeito de estufa e a descarbonização da economia, por via das políticas de mitigação e de adaptação. Na rede nacional de cidades inteligentes, Loulé apresenta bons indicadores em várias áreas, sendo importante que esta trajetória seja continuada e reforçada.