O levantamento dos prejuízos causados pelo incêndio de Odemira, no distrito de Beja, vai ser feito até 12 de setembro, enquanto o Governo decide os apoios a conceder, revelou hoje a ministra da Coesão Territorial.

“É o tempo de fazer o levantamento rigoroso dos prejuízos e irmos recebendo alguma informação e planeando” os apoios, afirmou a ministra Ana Abrunhosa, em declarações aos jornalistas em São Miguel, na freguesia de São Teotónio, Odemira.

A governante falava após uma reunião com dirigentes de associações e autarcas deste território sobre os danos provocados pelo fogo, dado como dominado na quarta-feira, realizada no Centro Sociocultural de São Miguel.

Ana Abrunhosa adiantou que uma nova reunião ficou agendada para 12 de setembro, também no concelho de Odemira, referindo que nessa altura já haverá “dados definitivos dos prejuízos e, provavelmente, até já uma ideia dos apoios concretos”.

“Se não conhecermos os problemas, como é que vamos criar as medidas”, questionou.

Segundo a responsável pela tutela da Coesão Territorial, o Governo ainda não tem “os números exatos de habitações permanentes e unidades turísticas” destruídas pelas chamas, “nem sequer a certeza absoluta dos hectares que arderam”.

“Quando criamos as medidas, temos que ter um levantamento fidedigno de prejuízos”, pois “os apoios são dinheiro dos nossos impostos e nós também temos que prestar contas”, salientou.

Reconhecendo que “as pessoas sofreram” com o incêndio e que “têm pressa em ser ajudadas”, Ana Abrunhosa alertou que o Governo não pode criar medidas de apoio “como se tivesse recursos ilimitados e sem saber o que está em causa”.

A governante, que iniciou a deslocação a Odemira com uma passagem pelo posto de comando, instalado em São Teotónio, disse ainda que os apoios do Governo destinam-se a “quem tem seguro” e são “para a parte que não é coberta”.

“Em geral, o apoio é a fundo perdido”, prosseguiu.

De acordo com a ministra, o Governo pode utilizar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a criação de uma área integrada de gestão florestal e verbas do programa Portugal 2030 para a recuperação da biodiversidade na zona atingida pelo fogo.

“No caso de habitação permanente, há uma medida que está sempre aberta, que é o Porta de Entrada, através do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), acrescentou.

No final da reunião, Ana Abrunhosa, acompanhada pelos autarcas de Odemira (Beja) e Aljezur (Faro) e outros responsáveis, visitou Odeceixe, neste concelho algarvio, e observou, a partir de um ponto alto, a destruição provocada pelo fogo.

O incêndio, que teve início no dia 05 e foi dado como dominado às 10:15 de quarta-feira, mantém-se em vigilância.

O fogo rural numa área de mato e pinhal deflagrou na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio, concelho de Odemira, a meio da tarde do dia 05 e entrou nos concelhos algarvios de Monchique e Aljezur.

A área ardida ascende a cerca de 8.400 hectares, num perímetro de 50 quilómetros.

 

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