«Estou a pensar comprar casa com recurso ao crédito. Que conselhos me podem dar?»

Comece por contactar o seu banco, faça valer a sua posição de cliente e negoceie, pois poderá conseguir condições mais vantajosas.

Simule diversos montantes para vários prazos. Informe-se sobre as condições de financiamento, como comissões, seguros e impostos, e utilize a taxa anual efectiva como principal indicador comparativo.

Se lhe for proposta a contratação de outros produtos ou serviços como forma de reduzir o spread do crédito, utilize a taxa anual efectiva revista para comparar as propostas.

Além da simulação para uma subida de 1 e 2% da taxa de juro, peça cálculos para 3 ou 4 %. Deste modo, tem melhor a noção do aumento da prestação caso a Euribor volte aos valores de 2008.

A taxa variável é mais usual nos contratos de crédito à habitação. Regra geral, é indexada à Euribor a 3, 6 ou 12 meses e revista trimestral, semestral ou anualmente, respectivamente. Como a duração da maioria dos empréstimos é de 20 ou 30 anos, no final da amortização, as diferenças entre estes indexantes não deverão ser muito significativas.

No entanto, a taxa também pode ser fixa, assim, não se altera no período estabelecido entre si e o banco. Se, por exemplo, tiver acordado uma taxa fixa de 5 anos, a prestação mensal não se modificará, mesmo que as taxas de juro na zona euro sofram variações. Nos mais recentes estudos, concluímos que os produtos de taxa fixa não são atractivos, pois as taxas de juro são elevadas.

Por fim, tenha em atenção a sua taxa de esforço: este indicador traduz o peso dos empréstimos nos rendimentos do agregado. A maioria dos bancos não concede empréstimos a clientes com uma taxa de esforço superior a 30% ou 40%. Vejamos o exemplo de uma família com o rendimento mensal líquido de 2 mil euros e prestação mensal do carro de 250 euros. Na simulação do crédito à habitação, uma prestação mensal de 500 euros traduz uma taxa de esforço de 37,5% [(250 + 500) ÷ 2 000].