por Luís José Pinguinha | Vice-presidente do Louletano | FUTEBOL | Acompanhando as jovens promessas do Louletano

A maturidade precoce de Henrique Boto

Nome: Henrique Diogo Rocha Boto

Ano nascimento: 2010 (6 de fevereiro)

 

 

 

Num jogo de futebol entre miúdos de 7 anos, os que normalmente dão nas vistas são os que fintam vários adversários e os que fazem muitos golos. No entanto, após essa afinidade imediata, qual amor à primeira vista, jogadores há que, ao longo do jogo, nos vão atraindo.

Henrique Boto é um exemplo disso. É que se há jogadores que têm uma “relação íntima com a boa” (uma expressão que utilizámos nesta coluna referindo-nos ao jogador do Louletano, de 2007, Tomás Amaro, pode-se afirmar que Henrique Boto tem uma relação íntima com o campo de futebol).

Na verdade, a para além de outros predicados bastante interessantes que o colocam qualitativamente num patamar superior dos diversos patamares que, de uma forma normal, existem no plantel da equipa de 2010, como aliás em todas as equipas, Henrique Boto denota, ainda, ter uma inusual capacidade para ler o jogo, colocando-se habitualmente no lugar certo, dobrando os companheiros com eficácia e intercetando as transições ofensivas adversárias graças a esse mesmo sentido posicional, diríamos que dignas de jogadores de jogadores de escalões mais velhos.

É que ficámos deveras abismados, como ficaríamos se um miúdo do primeiro ciclo resolvesse um problema de trigonometria…

Enfim, um percurso evolutivo a acompanhar com muita atenção, até porque na próxima época a equipa de 2010 do Louletano tem um calendário exigente qualitativa e quantitativamente: Liga Ibérica sub-8 (prova disputada por 12 da melhores equipas algarvias, com periocidade regular, e com 2 etapas internacionais, uma em Portugal e outra em Espanha), Torneio dos Templários, em Tomar, Torneios de Algámitas e de Valverde (ambos em Espanha) e outros, muitos outros,

O que contribuirá, estamos seguros, para um superior desenvolvimento de Henrique Boto.

 

 

O papel fundamental dos pais

 

 

Os pais têm um papel fundamental no trajeto dos jovens candidatos a futebolistas.

Na verdade, o cumprimento de muitas das regras objetivas existentes no grupo, na equipa, depende dos pais: ser pontual às diversas atividades para as quais é convocado; estar devidamente equipado, etc.

O acompanhamento dos treinos, jogos, torneios é extremamente benéfico para os jovens, visando um estado superior da sua auto-estima. No entanto, o acento tónico deverá ser colocado na sensibilização para os benefícios inerentes à atividade desportiva em geral, e neste caso concreto, ao futebol em particular.

Qualquer tipo de pressão, geralmente no sentido de verem, através dos filhos, os seus próprios sonhos cumpridos é extremamente nefasta.

Infelizmente, aquilo que assistimos em muitas ocasiões, são alguns pais com comportamentos lamentáveis, que interferem de tal forma no desempenho destas crianças, condicionando-as ao ponto, de muitas vezes, além de perderem o prazer e o gosto por este desporto, levarem-nas a desistir por não conseguirem “proporcionar” aos pais, aquilo que de uma forma cruel lhes é exigido.

É que, da mesma forma que nem todas as crianças terão apetência para serem médico(a)s, carpinteiro(s), mecânico(a)s ou engenheiro(a)s, também nem todas podem ser jogadores de futebol.

Têm todos, no entanto, o direito de tentar e, principalmente, de serem felizes ao fazê-lo.

Não querendo ser demagogo, é importante, também por questões de motivação, ganhar, mas nunca fomentar uma prática que ultrapasse a excessiva valorização do resultado, e independentemente do melhor ou pior desempenho das crianças, valorizar o esforço e dedicação apresentados, mostrando que estamos sempre presentes para incondicionalmente, as apoiarmos.

Os nossos filhos poderão nunca chegar a ser grandes futebolistas, mas de certeza que serão mais felizes.