A Igreja do Algarve viveu no dia 23 de fevereiro, o Jubileu dos Diáconos Permanentes em Loulé com a celebração da Eucaristia, presidida ao fim da tarde pelo bispo diocesano, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente invocada como «Mãe Soberana».
A celebração ficou marcada pelas bodas de prata de ordenação dos sete primeiros diáconos permanentes da diocese, ocorrida a 20 de fevereiro do Jubileu do ano 2000, grupo do qual restam ainda Luís Galante, Manuel Chula, Rogério Egídio e Vítor Sabino, sendo que um deixou o ministério e dois já faleceram: o diácono Joaquim Mendes Marques, antigo diretor do Folha do Domingo, em 2015 e Francisco Moreno Alves em 2020.
“Hoje confirmamos que ao longo de um quarto de século Deus se serviu de cada um deles, de diferentes modos, como meio fecundo da sua presença amorosa e da sua graça ao serviço da nossa Igreja diocesana”, afirmou ontem o bispo do Algarve, considerando que a sua ordenação “constituiu um marco significativo não só na sua vida e das suas famílias, bem como na vida e na pastoral” da Igreja algarvia.
Citando o seu antecessor D. Manuel Madureira Dias, então bispo do Algarve que os ordenou, na homilia da ordenação, D. Manuel Quintas realçou que a Igreja diocesana ficou “mais rica” e “na plenitude da sua hierarquia, constituída pelos três graus da Ordem: bispo, presbíteros e diáconos”. “Com os consagrados e leigos todos fazemos parte deste povo de Deus no Algarve que constitui a nossa Igreja diocesana”, acrescentou.
Lembrando ser “missão de um diácono na Igreja o serviço da Palavra, o serviço do altar e o serviço da caridade” – “três serviços que são um só e que se inspiram no modelo primeiro que é Cristo, servidor” -, D. Manuel Quintas advertiu que “a escuta e o anúncio da Palavra de Deus é dever de todos os batizados e não apenas dos diáconos”.
No entanto, recordando ser “um dever ligado ao Batismo”, D. Manuel Quintas explicou ser um “dever que se transforma em missão permanente para os que são chamados a exercer o ministério ordenado na Igreja, dever que assume particular ênfase na ordenação dos diáconos”.
 
Considerando que a “diocese fica muito mais enriquecida com o seu serviço e o seu testemunho”, o bispo do Algarve repetiu ainda o apelo que tem deixado desde que teve início o presente Jubileu que a Igreja está a celebrar para que todos sejam “semeadores de esperança”. “Não vou pedir aos diáconos que sejam apenas eles semeadores da esperança, temos de ser todos semeadores da esperança”, afirmou, desejando que a celebração das bodas de prata diaconais dos primeiros diáconos da Igreja algarvia “possa ser muito estimulante para todos”.
D. Manuel Quintas disse que a Diocese do Algarve dá “graças a Deus” pelo “dom” que os primeiros diáconos foram ao longo destes 25 anos e “pelo dom que continuam a ser”, mas também pelo “dom” que são os seus restantes diáconos permanentes, como também “são já aqueles que também se estão a preparar”.
Ao primeiro grupo de diáconos seguiu-se a ordenação do diácono Albino Martins em 2012 e, em junho de 2019, de mais quatro diáconos: António Valério Costa, João Pontes dos Santos, João Chaves dos Santos e Nuno Francisco. A diocese tem atualmente sete candidatos ao diaconado permanente a fazer um “percurso de discernimento”.
No início da Missa, participada pelas famílias e por muitas pessoas das paróquias servidas pelos diáconos permanentes, Luís Galante, em representação dos que celebram 25 anos de serviço, introduziu o sentido litúrgico da celebração e recordou o contexto histórico da ordenação dos primeiros diáconos permanentes da diocese. “Escolhemos este santuário, juntamente com o nosso bispo, porque «a esperança encontra na Mãe de Deus, a sua testemunha mais elevada» e neste santuário podemos confiar à nossa «Mãe Soberana» as nossas «alegrias e esperanças, tristezas e angústias», que o são também de todos quantos nos acompanham”, afirmou.
O aniversariante recordou que, tal como este ano, também em 2000, este domingo de fevereiro foi dedicado à celebração do Jubileu dos Diáconos Permanentes em toda a Igreja e, por isso, D. Manuel Madureira Dias decidiu proceder nessa mesma data à sua ordenação. “Sete homens que, juntamente com as suas esposas e filhos, foram realizando o seu discernimento vocacional durante o último quinquénio do século XX”, acrescentou, lembrando que nesse caminho “desempenhou igualmente um relevante serviço” o monsenhor cónego José Pedro Martins, então delegado diocesano para o diaconado permanente, auxiliado pelo cónego Joaquim Nunes.
A celebração contou ainda com a presença da relíquia do diácono e mártir, São Vicente, padroeiro da diocese algarvia e dos seus diáconos.
 
Folha do Domingo