Estima-se que cerca de 140 milhões de pessoas em todo o mundo são infetadas em algum momento da sua vida1.
A incidência da doença pode variar de acordo com a idade, clima e nível de desenvolvimento da região geográfica e, apesar de poder surgir na idade adulta, afeta sobretudo crianças entre os 2 e os 5 anos2,3.
Entre as crianças, as principais razões de contágio são o contacto direto com outras crianças infetadas, com brinquedos e animais de estimação, aliadas a condições de higiene deficitárias. Entre os adultos, as causas mais comuns passam pelo contacto com crianças infetadas (heteroinoculação) e a infeção de lesões cutâneas pré-existentes (impetiginização secundária)2.
Segundo Miguel Trincheiras, dermatologista, director da Clínica Derme.pt em Lisboa, “no verão, o número de casos de impetigo tende a aumentar, sobretudo porque as temperaturas mais elevadas favorecem a propagação da infeção, o nosso corpo fica mais exposto, os cuidados de higiene muitas vezes diminuem e o contacto interpessoal também é maior”.
Além dos sintomas como dor, prurido, desconforto, bolhas e marcas na pele4-5, a sintomatologia é, muitas vezes, responsável por um forte estigma social devido à presença de erosões e crostas visíveis na pele, e pela associação a uma higiene deficitária4.
Ainda mais perigoso são os, felizmente raros, casos de atingimento renal secundário podendo conduzir a lesões renais definitivas (glomerulonefrite), por imunidade cruzada.
Por ser altamente contagioso, é aconselhado o isolamento parcial das crianças com impetigo, por forma a evitar a transmissão da bactéria e a sua disseminação.
O diagnóstico correto do impetigo é fundamental para tratar a doença de forma eficaz, assim como para prevenir o uso incorreto de antimicrobianos.
O diagnóstico atempado permite prevenir a propagação da infeção e a sua evolução para casos mais graves da doença4,6 entre os quais o atingimento renal.
O médico especialista acrescenta que “é importante ficar atento aos primeiros sinais por forma a garantir um diagnóstico atempado e evitar a evolução da doença.
Um tratamento adequado permite reduzir a propagação da infeção, acelerar a sua resolução, e impede a sua progressão para condições mais graves.
Além disso, a criança aceitará melhor um tratamento que permita melhorias mais rápidas para poder continuar a usufruir da sua liberdade”.
Em alguns casos ligeiros de impetigo a cura é espontânea, mas lenta e mantendo a contagiosidade.
O tratamento do impetigo, prescrito por um médico, é fundamental tanto para tratar a doença de forma eficaz, como para prevenir o uso incorreto de antimicrobianos, uma ameaça constante na eficácia do tratamento de infeções comuns, responsável por piores resultados nos doentes, conduzindo a potenciais resistências bacterianas e aumentando a carga económica dos sistemas de saúde7-8.
Por: Atrevia