Esta quinta-feira, dia 30 de março, o JORNAL do ALGARVE comemora o seu 66.º aniversário. Neste mesmo dia, em 1957, saía para as bancas o primeiro número desta publicação regional, fruto do entusiasmo do jornalista José Barão (1904-1966) e de um grupo de comerciantes de Vila Real de Santo António.

A ideia da criação do JORNAL do ALGARVE remonta a 1951, quando foi debatida numa famosa tertúlia no Chiado, em Lisboa, tal como aconteceu no 2.º Congresso do Algarve.

Nasceu assim o JORNAL do ALGARVE, com o desejo e de desenvolver a região, poucos meses antes da primeira emissão da RTP, na Feira Popular de Lisboa.

Desde o seu nascimento, o JORNAL do ALGARVE “hasteou as suas bandeiras” reivindicativas, lutando diariamente para o desenvolvimento da região, que naquela época era atrasada, desprezada e longe dos símbolos de modernidade.

Um grupo de homens e mulheres queria que o seu Algarve fosse mais turístico, lutou pela construção de um palácio de congressos, um aeroporto, uma autoestrada, a Ponte Internacional do Guadiana, a Universidade do Algarve e ainda por uma rede elétrica decente, numa época em que a Estrada Nacional 125 era invadida pela escuridão todas as noites, tal como acontecia no interior algarvio.

A primeira grande luta foi a denominada e famosa “Operação Algarve Turismo”, em 1960, inspirada no I Congresso Nacional de Turismo. Nessa época, o Algarve ainda não tinha uma unidade turística atrativa e este projeto viria, posteriormente, a resultar na construção dos primeiros empreendimentos turísticos como o Hotel Vasco da Gama, inaugurado a 1 de agosto daquele ano, em Monte Gordo, apadrinhado por José Barão e pelo JORNAL do ALGARVE.

A redação dos primeiros anos do JORNAL do ALGARVE contava com jornalistas e cronistas como Torcato da Luz, Encarnação Viegas, Maria de Olhão e Mário Zambujal.

Após a morte de José Barão, a 30 de agosto de 1966, a direção do jornal foi assumida pelo seu filho, António Barão, com o apoio do chefe de redação José Manuel Pereira e de articulistas como Marcelino Viegas, João Leal e José Cruz (que também foi chefe de redação, de 1979 a 1983).

Já em 1983 o semanário é adquirido e a direção é assumida por Fernando Reis. Através da sua dedicação, o JORNAL do ALGARVE e a sua redação foram renovados, expandindo o jornal e mantendo as principais reivindicações para o desenvolvimento da região, que continuava a apresentar diversos problemas.

Foram quatro décadas de profundo desenvolvimento e expansão do jornal, até ao falecimento do diretor empossado 39 anos antes, no passado dia 4 de dezembro de 2021. Desde então, o histórico diretor Fernando Reis – agora “Diretor In Memorian” - foi substituído pela sua esposa, Maria Luísa Travassos na direção do jornal..

O JORNAL do ALGARVE é publicado ininterruptamente desde o dia 30 de março de 1957, pela vontade de José Barão, que foi também um destacado jornalista do jornal “O Século”.

Ao longo da sua existência tem-se pugnado pela intransigente defesa e desenvolvimento do Algarve, a que não é alheio o tecido empresarial.

Atualmente, entre as suas reivindicações está a luta pela construção do Hospital Central do Algarve e do centro oncológico, a abolição das portagens da Via do Infante, a problemática da água e da seca, a luta contra as monoculturas, a escravatura no trabalho, a sazonalidade do turismo, a melhoria dos transportes, o investimento na área da saúde no sotavento, o combate à desertificação do interior e às explorações mineiras ou implementação de painéis em locais que comprometam o meio ambiente.

Passados 66 anos, é tão importante continuar a lutar pelo Algarve como foi desde o primeiro dia.

A edição especial de aniversário de 30 de março de 2022 será contemplada com um artigo dedicado à região, aos seus problemas e às suas possíveis soluções, com a opinião de diversas entidades, de vários setores e idades, além de toda a atualidade do distrito.

Na quinta-feira estará nas bancas pela 3444.ª vez.

 

Notícia enviada pelo Jornal do Algarve