POESIA por Ofélia Bomba

Deste-me a Lua

Em teu leite morno

E as estrelas em gestos

E ternuras que moldaste

E uma casa – em teu colo –

Toda seda e linho

Onde enovelaste

O princípio e o fim do meu caminho.

 

Deste-me o Sol

Na claridade das palavras sábias

Com que atapetaste

O meu amanhecer

E um arco-íris

Para me acompanhar

Para me acompanhar e defender.

 

Mas a dada altura

A noite quis impor-se

A noite escura

A noite e o frio

Aquela escuridão

Que esmaga o coração

De quem teve Mãe

E que partiu…

 

Óh não!

Tu não morreste Mãe

O teu sorriso

É uma lanterna

Uma bússola eterna

A apontar-me o Paraíso!