Iniciativa é apoiada pelo Município no âmbito das políticas de valorização patrimonial e de promoção turística e cultural.

A Igreja Matriz de São Brás de Alportel, edifício em vias de classificação, está a ser objeto de um conjunto de intervenções de preservação e valorização, destacando-se a colocação de dois vitrais na ala esquerda da igreja em curso: o vitral “Mistérios da Alegria” que alude ao nascimento de Jesus e o vitral “Mistérios Dolorosos” que representa a morte de Jesus. Ambos são da autoria do artista farense Horário Viegas que já tem em preparação o último par de vitrais para a Igreja Matriz de São Brás de Alportel: o vitral “Mistérios da Luz”, que representa a vida de Jesus e o vitral “Mistérios da Glória” que irá representar os momentos gloriosos da vida do Messias.

Uma obra de inequívoca importância na área da valorização deste espaço de culto religioso que está entre os mais visitados e os que suscitam maior interesse no Centro Histórico de São Brás de Alportel em termos turísticos.

A instalação dos vitrais contou com um investimento municipal de 10.300,00 euros. Investimento integrado nas políticas de valorização do património, do desenvolvimento cultural e da promoção turística do Município.

Importa recordar que na continuidade da parceria que há muito vem sendo desenvolvida, em prol da preservação e valorização do património religioso, o Município e a Fábrica da Igreja Paroquial de São Brás de Alportel assinaram, a 28 de outubro de 2021, um protocolo de colaboração, que integrou também o apoio ao restauro das pinturas murais aquando da reabilitação do retábulo no Altar do Senhor dos Passos, que deixou a descoberta um elemento de enorme interesse histórico que pode agora ser visitado.

Através desse protocolo, ficou estabelecido que o Município apoia a Paróquia em 20.300 euros, para o restauro de um «conjunto de interessantes frescos, colocados recentemente a descoberto, aquando da intervenção de restauro do retábulo do Senhor dos Passos da Igreja Matriz». O valor do apoio contempla a aquisição dos vitrais agora instalados.

Estas intervenções permitem executar a estratégia municipal relativamente à preservação e valorização do património do concelho de São Brás de Alportel, constituindo enorme relevância a valorização da Igreja Matriz, edifício em fase de classificação, dada a sua importância na compreensão da história.

O património religioso constitui-se num valioso legado da nossa história e identidade local, representando igualmente um dos principais polos de atração turística do município, cuja preservação tem sido encarada como fundamental pela Câmara Municipal.

Para melhor dar a conhecer a Igreja Matriz a residentes e visitantes, o município está a preparar materiais informativos e pretende criar um roteiro de visita à Igreja Matriz.

 

A história da Igreja Matriz de São Brás de Alportel

As origens da Igreja Matriz de São Brás de Alportel remontam, provavelmente, ao séc. XV. No entanto, só nos princípios do século seguinte surgem as primeiras referências documentais, referindo o Visitador da Ordem de Santiago em 1518 “que os fregueses e moradores da dita Igreja a fizeram e edificaram de novo”.

Em 1554, foi reedificada, passando a ter três naves e cinco tramos, com arcarias plenas assentes em colunas de cantaria com capitéis toscanos.

O terramoto de 1755 causou-lhe danos consideráveis. Uma nova campanha de obras ocorreu em 1799, acrescentando-se mais um tramo e construindo-se um novo frontispício.

Em 1875, efetuou-se o último acrescentamento deste templo. Desta vez destruiu-se a capela-mor levantando-se um largo transepto, uma nova ousia, sacristia e diversas arrecadações.

O portal lateral de acesso ao exterior, situado no lado do evangelho, é de calcário e destaca-se o desenho da moldura, ao gosto tardo barroco com lacrimais nas ombreiras e verga arqueada, rematada por um friso interrompido, é o testemunho da campanha executada após o terramoto de 1755.

De realçar o eixo marcado pelo portal de entrada, pelo janelão com remate triangular e por um expressivo frontão que se insere no barroco tardio, onde pontuam, entre outros elementos, as urnas funerárias.

No batistério, encontra-se um retábulo em mármore, que segue o formulário neoclássico. Trata-se de um exemplar de grande qualidade e pouco frequente na região algarvia, pois são raros os retábulos em mármore.

Na capela-mor, estão colocadas quatro telas seiscentistas pintadas, numa delas está representada a Santíssima Trindade. Dignas de nota são três esculturas que representam o arcanjo São Miguel, São Libório e Santa Eulália, todas seiscentistas.

O templo encontra-se enquadrado num agradável jardim em socalcos.