“O seu desaparecimento, aos 90 anos de idade, representa uma enorme perda para o município e para a comunidade, onde para sempre ficará lembrado como um grande mestre da arte da cantaria, com um valoroso legado artístico”, lê-se no voto de pesar aprovado pelo executivo municipal são-brasense, na sua reunião de dia 11 de abril.
David Encarnação descobriu muito novo a sua vocação. Na sua adolescência, aos 15 anos, foi para Cascais, onde aprendeu a arte da pedra, como canteiro, nas pedreiras de Birre.
Entre os 22 e os 23 anos, regressou ao Algarve e abriu uma pedreira no concelho de São Brás de Alportel, no sítio dos Funchais. Casou aos 25 anos e emigrou dois anos depois para o Canadá, onde permaneceu ao longo de 35 anos.
Ao longo do seu vasto percurso, criou diversas peças e trabalhos em cantaria de enorme valor artístico, alguns dos quais podem ser apreciados no Cemitério de São Brás de Alportel.
Após ter conhecido o Geoponto dos Funchais, sonhou que haveria de fazer outro à sua semelhança no concelho de Cascais e o sonho concretiza-se no dia de S. Martinho de 2006, a 11 de novembro, quando foi inaugurada uma estátua em Birre, na Rotunda Carlos Zel, em Cascais, que evoca o trabalho de pedra com história nessa freguesia.
O seu nome fica, assim, perpetuado, para além da terra que o viu partir, no monumento que recorda, no coração da freguesia de Cascais, a atividade pedreira.
O Município de São Brás de Alportel presta reconhecimento ao percurso de David Encarnação e apresenta as condolências fraternas à família e amigos, deixando ainda o desejo de que o seu trabalho sirva de inspiração a futuras gerações.