POESIA por Natália Dias Pereira Salvador Sousa

A morte é mal sem remédio

Tira a vida, é traição,

Só quem da vida tem grande tédio

A pode desejar como solução.

 

Ainda que a encarar queiramos

Ainda que a simplifiquemos

É aquilo que não desejamos

É aquilo que tão certo temos.

 

É cruel, é devastadora,

De ninguém se compadece,

Quando chega a sua hora

Faz aquilo que lhe apetece.

 

Quando a idade ou o sofrimento

Ultrapassam a medida

Aí, tem ela o momento

De ser tomada por bem-vinda.

 

Estando ela tão certa,

A que distância estará de mim,

Não conheço a sua meta

Nem o quando me porá fim.

 

Mas vou dar à morte ingrata

Seja ou não merecida

Uma palavra que a trata

Por caminho de nova vida.