Exposição patente na Casa do Real Compromisso Maritimo de Ferragudo de 5/12 a 6/01/2016

Virgílio Monteiro – a pessoa por detrás do projeto

Nascido e criado em Lagoa, V. Monteiro estudou em Silves. Aos 18 anos foi para Lisboa onde iniciou carreira no Ministério da Educação. Aí, foi-se atualizando e subindo progressivamente através de concursos, passando por várias Direções Gerais.

Homem desejoso de novos desafios decide mudar de área, passando três anos e meio no Tribunal de Contas. Gostou da experiência, mas viria a regressar à Educação. Durante muitos anos,
esteve ligado à aquisição de bens e serviços para as Direções Gerais para as quais trabalhava, mas os últimos anos passou-os na Direção Regional de Educação de Lisboa (DREL), onde fez requisições e esteve responsável pelo arquivo técnico. Aí permaneceu, até que motivos de saúde o empurraram inesperadamente para a reforma antecipada.

De regresso às origens e a aposta na Cultura


Colecionador de antiguidades, Virgílio Monteiro sonhou em fazer um museu que desse a conhecer ao público o seu espólio. Falou dessa possibilidade ao Presidente da Junta de Freguesia de Porches, mas não se encontrou um espaço que pudesse ser cedido. Arranjou-se uma alternativa temporária: uma tenda expositiva no Festival do Caracol, em 2010.
Dadas as reduzidas dimensões do espaço, optou-se por expor apenas parte da Escola Primária, algum material do sapateiro e peças de barro artesanal. O sucesso foi imediato, tendo recebido muitos visitantes durante os vários dias que durou o Festival. O incentivo dado pelas muitas pessoas que estiveram no evento levou a que esta fosse a iniciativa que daria início à série expositiva das profissões.
Com o passar do tempo, o espólio foi aumentando. Hoje possui largas centenas de peças resultantes de recolhas pessoais, aquisições e ofertas dos habitantes de Porches que, motivados pelo trabalho desenvolvido pelo Virgílio, desejaram ceder as antiguidades que possuíam. Salienta-se o caso do Sr. Plácido, o sapateiro com mais de 80 anos que contribuiu com utensílios da sua profissão e que já tinham sido do seu pai e do seu avô. Este espólio enquadrou-se perfeitamente na temática central: “Profissões com História”.
 

Exposições que deram que falar


Enquanto o museu não é construído, o espólio tem estado em exposição nos mais diversos locais: a Escola esteve exposta na FNAC da Guia durante a abertura de 3 anos letivos; a secção da Produção de Vinhos esteve exposta na Macro, no Intermarché (Armação de Pêra e N. Sra. Da Rocha), no Jumbo (Lagoa) e na Quinta dos Vales; Exposição de Selos e Moedas (Porches), a Vida no Antigamente (Centro Cultural D. Dinis – Porches); Exposição de 22 Presépios (Porches).


Em breve, a Cultura terá um espaço permanente


Quando questionado sobre o que o incentiva a levar este empreendimento adiante, apesar das dificuldades com que se vai deparando, Virgílio Monteiro explica os seus motivos: “Por um lado, devido a ter sofrido um AVC hemorrágico e ter sido diagnosticado com diabetes, apneia do sono e depressão, esta foi a maneira que encontrei para não estar parado. Por outro lado, devido à atividade profissional que exerci, pretendo continuar a valorizar a Educação e a Cultura”.  

A missão passa por construir um Centro de Interpretação Etnográfica, na Quinta Bom Sucesso.

 

Por: F. Ferragudo