Trabalhar a partir de casa tornou-se o dia-a-dia para muitos profissionais, mesmo depois de deixar de ser recomendado pelo Governo. Agora, há quem esteja sempre em teletrabalho ou também em regime híbrido (teletrabalho conjugado com idas ao escritório). E ao trabalhar remotamente é comum que haja reuniões por videochamada. Acontece que a comunicação virtual poderá não ser tão produtiva: um estudo recente da revista científica Nature sugere que a criatividade é mais limitada nas videochamadas do que nas reuniões presenciais.
Este estudo - publicado esta quarta-feira, dia 27 de abril de 2022 - conclui, em concreto, que durante as videochamadas há produção de menos ideias em grupo do que em reuniões presenciais. E as ideias colocadas em cima da mesa são também menos criativas.
Para chegar a esta conclusão, os Melanie Brucks e Jonathan Levav, ela investigadora da universidade de Columbia e ele da univerisade de Stanford - ambas nos EUA - , levaram a cabo um estudo que contou com a participação de 2 mil pessoas. E este foi dividido em duas fases, nas quais os participantes teriam de criar ideias criativas para produtos e selecionar as melhores.
A sua fase do estudo contou com a participação de 210 engenheiros portugueses – isto porque Portugal foi um dos cinco países envolvidos no estudo. E o que os resultados mostram é que no caso português, embora continue a haver mais ideias criadas nas reuniões presenciais (8,12 em média) do que nas reuniões por videochamada (7,47), a discrepância entre estes números é menor quando comparada com outros países. No caso da Finlândia, por exemplo, as discussões presenciais geraram 10,19 ideias, em média, enquanto nas virtuais o número desce para 8,56.
Mas porque é que a criatividade não flui tanto nas videochamadas? O estudo dá algumas pistas:
· Dificuldade de haver contacto visual: “Quando dois indivíduos se olham através de um ecrã, parece a nenhum dos dois sente que está a ser olhado nos olhos, o que pode afetar a coordenação da comunicação”, refere o estudo. Isto é, há maior dificuldade em determinar quem deve falar em seguida.
· Menor fluidez no diálogo: numa videochamada as vozes sobrepõem-se, pelo que tende a ver menos interrupções ou participações;
· Menos discussão de ideias.
Por: Idealista