Preço das casas caiu no Porto em outubro face a setembro. Mas subiu em 9 capitais de distrito, como Lisboa, mostra idealista.
A venda de casas em Portugal está a arrefecer em 2023. E a redução da procura, motivada pela perda de poder de compra devido à alta inflação, bem como pela subida dos juros nos créditos habitação, ajuda a explicar o facto de os preços das casas em Portugal estarem a estabilizar há, pelo menos, quatro meses seguidos, outubro inclusive. Mas, olhando para a realidade do país em detalhe, verifica-se que houve oito capitais de distrito onde os preços das casas caíram, Porto incluído (-0,5%), segundo o índice de preços do idealista. E, por outro lado, observa-se também que as casas continuam a mais caras em nove grandes cidades, com a Guarda a liderar as subidas (4,3%).
Uma vez mais, os preços das casas em Portugal estabilizaram em outubro face ao mês anterior (0,3%). Mas subiram 4,8% face ao mesmo período do ano passado. Afinal, quanto custa comprar casa no nosso país? O preço mediano fixou-se nos 2.500 euros por metro quadrado (euros/m2) no final do mês de outubro deste ano, de acordo com o índice de preços do idealista. O que também salta à vista é que a variação mensal de preços das casas não é homogénea a nível nacional.
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Preços das casas subiram 1% em Lisboa – mas desceram 0,5% no Porto
No que diz respeito à evolução mensal dos preços das casas, a realidade nacional divide-se: houve oito capitais de distrito onde as casas ficaram mais baratas entre setembro e outubro, três onde os preços estabilizaram e ainda nove grandes cidades onde as habitações ficaram mais caras.
A liderar as quedas dos preços das casas está Vila Real (-3,5%), seguida de Setúbal (-1,2%), Évora (-1,1%), Ponta Delgada (-1,1%), Viana do Castelo (-0,9%), Faro (-0,7%), Porto (-0,5%) e Coimbra (-0,5%). E foi em Beja (0,4%), Aveiro (0,3%) e Braga (0,1%), onde os preços das habitações à venda se mantiveram estáveis neste período.
Por outro lado, os preços das casas em outubro subiram face ao mês anterior na Guarda (4,3%), Castelo Branco (3,9%), Portalegre (3,4%), Santarém (1,8%), Bragança (1,7%), Leiria (1,4%), Funchal (1,1%), Lisboa (1%) e Viseu (1%).
Lisboa continua a ser a cidade onde é mais caro comprar casa: 5.401 euros/m2. Porto (3.392 euros/m2) e Funchal (3.105 euros/m2) ocupam o segundo e terceiro lugares, respetivamente. Seguem-se Faro (2.918 euros/m2), Aveiro (2.411 euros/m2), Setúbal (2.265 euros/m2), Évora (2.003 euros/m2), Coimbra (1.827 euros/m2), Viana do Castelo (1.805 euros/m2), Braga (1.748 euros/m2), Ponta Delgada (1.747 euros/m2), Viseu (1.388 euros/m2) e Leiria (1.353 euros/m2).
Já as cidades mais económicas para comprar uma habitação são Portalegre (747 euros/m2), Guarda (830 euros/m2), Castelo Branco (844 euros/m2), Beja (941 euros/m2), Bragança (952 euros/m2), Santarém (1.172 euros/m2) e Vila Real (1.183 euros/m2).
Casas à venda continuaramm a subir em 12 distritos e ilhas
Analisando por distritos e ilhas, verifica-se que a maior fatia dos territórios (12 dos 25 analisados) continua a sentir as habitações para comprar a ficarem mais caras. As maiores subidas de preços tiveram lugar na ilha de São Jorge (6,3%), Guarda (3,7%) e ilha do Pico (3,5%). Seguem-se a ilha da Madeira (2,2%), Aveiro (1,2%), Castelo Branco (1,1%), Bragança (0,9%), ilha de São Miguel (0,9%), ilha do Faial (0,7%), Santarém (0,6%), Lisboa (0,5%) e Vila Real (0,5%).
Por outro lado, os preços das casas à venda desceram em 7 distritos e ilhas portuguesas, nomeadamente em Évora (-6,6%), Portalegre (-3,3%), Viana do Castelo (-0,9%), Viseu (-0,9%), Beja (-0,8%), Coimbra (-0,6%) e ilha Terceira (-0,5%). De notar ainda que os preços das habitações mantiveram-se estáveis neste período em Setúbal (0,4%), Faro (0,3%), no Porto (0,2%), na ilha de Porto Santo (0,2%), Leiria (0%) e Braga (-0,2%).
Como seria de esperar, o ranking dos distritos mais caros para comprar casa é liderado por Lisboa (3.841 euros/m2), seguido por Faro (3.200 euros/m2), ilha da Madeira (2.782 euros/m2), Setúbal (2.463 euros/m2), Porto (2.450 euros/m2), ilha de Porto Santo (2.043 euros/m2), Aveiro (1.644 euros/m2), ilha de São Miguel (1.579 euros/m2), Leiria (1.525 euros/m2), Braga (1.511 euros/m2), Viana do Castelo (1.406 euros/m2), ilha do Pico (1.360 euros/m2), Coimbra (1.358 euros/m2), ilha do Faial (1.276 euros/m2), Évora (1.251 euros/m2), ilha de São Jorge (1.125 euros/m2), ilha Terceira (1.124 euros/m2) e Santarém (1.094 euros/m2).
Os preços mais económicos para adquirir uma habitação encontram-se em Portalegre (667 euros/m2), Guarda (691 euros/m2), Castelo Branco (771 euros/m2), Bragança (874 euros/m2), Vila Real (962 euros/m2), Viseu (1.033 euros/m2) e Beja (1.047 euros/m2), segundo o índice de preços do idealista.
Casas ficam mais caras na Madeira e nos Açores - e não só
Durante o mês de outubro, os preços das casas à venda subiram em quatro regiões no país e mantiveram-se estáveis em duas: Algarve (0,3%) e Centro (0,4%). A liderar as subidas encontra-se a Região Autónoma da Madeira (2,2%), seguida pela Região Autónoma dos Açores (1%), Área Metropolitana de Lisboa (0,6%) e o Norte (0,5%). Já a única região onde os preços das habitações caíram entre setembro e outubro foi o Alentejo (-3,1%).
A Área Metropolitana de Lisboa, com 3.503 euros/m2, continua a ser a região mais cara para adquirir habitação , seguida pelo Algarve (3.200 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (2.770 euros/m2) e Norte (2.054 euros/m2). Do lado oposto da tabela encontram-se o Centro (1.367 euros/m2), a Região Autónoma dos Açores (1.390 euros/m2) e o Alentejo (1.497 euros/m2) que são as regiões mais baratas para comprar casa.
Índice de preços imobiliários do idealista
Para a realização do índice de preços imobiliários do idealista, são analisados os preços de oferta (com base nos metros quadrados construídos) publicados pelos anunciantes do idealista. São eliminados da estatística anúncios atípicos e com preços fora de mercado.
Incluímos ainda a tipologia “moradias unifamiliares” e descartamos todos os anúncios que se encontram na nossa base de dados e que estão há algum tempo sem qualquer tipo de interação pelos utilizadores. O resultado final é obtido através da mediana de todos os anúncios válidos de cada mercado.
Por: Idealista