por Luís Pina | aragaopina59@gmail.com

Ali, no meio do denso capim, pouco mais resta do que um escombro desolador e sombrio, em que se vislumbram com dificuldade os contornos de um dos símbolos mais prestigiados do nosso país, e certamente bem vivo na memória de muitos. À época, e varridos os escombros pelos prodígios da memória, era um local e uma referência onde, em garoto, acompanhava meu tio em animados treinos noturnos e disputadas partidas de fim-de-semana para as provas distritais e regionais de futebol. Um interessante complexo de piscinas, equipado com plataforma para saltos integrava aquele espaço, além de pista de atletismo e um campo polivalente. Se não me enganam as lembranças, ao futebol e à natação juntavam-se o basquetebol, o atletismo e o hóquei em patins. Um edifício com cinema em que se realizavam matinées, café, zona para jogos e outras atividades lúdicas complementavam todo aquele equipamento, comprovando o dinamismo do emblema que, imagine-se, ainda se viria a notabilizar e projetar no automobilismo levando a efeito provas que animavam e atraiam multidões às ruas e artérias da cidade. Fechando as portas da memória e voltando à realidade atual eis que restam, cruas e cruéis, as imagens do capim, das silvas e daquelas estruturas degradadas! Triste e lastimável destino de um complexo (para não falar de outros) que, pela dimensão e importância socio-desportiva que atingiu, mais que justificava uma outra continuidade no tempo, obviamente ajustada e enquadrada aos novos tempos e desígnios. Saudosismos à parte, merecia outra atenção e tratamento bem mais digno a Filial nº. 44, na África outrora portuguesa, do Sporting Clube de Portugal.