Louseiro como apelido é mais vulgar em Lagoa e Silves, onde fica a Fonte de Louseiros.
Azemete Lousseiro era, em 1408, um pobre Mouro hortelão, dono da Horta Nova na Ribeira de Caganay (Actas de Vereação de Loulé, 1999). Ver figura com a sua assinatura em Árabe.
Azemete apresentou queixa no Paço do Concelho de Loulé a fim de regar da Ribeira aos domingos, quando os poderosos donos dos moinhos não usavam a água. Como Muçulmano, o seu dia de folga era à sexta-feira... Juiz, vereadores e outros homens-bons concordaram.
Segundo Maria Filomena Lopes de Barros (2014), no século XV, a maior comunidade Muçulmana do País residia em Loulé. Representava 1/3 da população e perdurou nos 3 séculos seguintes.
É questionável a origem dos nossos antepassados Muçulmanos. Seriam Árabes, Mouros ou autóctones convertidos ao Islão (Muladis)?
Dados genéticos da população Algarvia atual apontam para a 3ª hipótese. É intrigante não se fazerem análises de ADN provenientes de ossadas de cemitérios Muçulmanos. Talvez a especulação seja mais interessante do que a investigação...
A Ribeira de Caganay ou de Carcavai (vale encavado), também chamada de Cacavai, muda de nome ao longo do curso. Nasce no cerro da Cabeça Gorda, atravessa Loulé, como Cadoiço e mais a sul, já como Carcavai divide as freguesias de Quarteira e Almancil, vindo a desaguar no Trafal, junto a Vale do Lobo.
Seria de esperar que esta Ribeira, até pela sua história e situação geográfica privilegiada, constituísse cartão-de-visita, cheia de locais aprazíveis.
Teve azar a Ribeira com a vizinhança. Foi soterrada á passagem por Loulé, onde lhe puseram três bombas de combustível em cima, uma urbanização cavalga as Fontes do Cadoiço, é onde esgotos industriais e urbanos foram e são vertidos e até entulharam parte do Pego dos Cavalos com um parque de estacionamento...
Como regredimos em termos de cultura da água! Em Persa antigo civilização e água eram sinónimos e... No tempo do poeta Ibn Ammar (1031-86) conspurcar a água era sancionado...