Nobre é apelido de múltiplas origens. No Algarve vem do Tavirense Manuel Martins Nobre, o qual foi assim chamado quando da conquista de uma praça Marroquina. “Nobre foi o feito” foi como o Rei se referiu ao episódio (Armorial Lusitano, 1961).
Muitos “Nobre” são descendentes dos irmãos Manuel e António Afonso Nobre, nascidos por volta de 1600 nos Gorjões, S. Bárbara de Nexe. Manuel foi casado com Maria Domingas Correia e depois com Joana Martins. António casou com Beatriz Varela (filha de Gaspar Rodrigues e de Maria Varela).
Em 1671 foi passada carta de sucessão de brasão de armas (ver figura) ao capitão Manuel Nobre Canelas.
O apelido “Nobre” está, pois relacionado com presença Portuguesa em Marrocos que teve início com a conquista de Ceuta (1415). Seguiu-se o desastre de Tânger (1437).
Com D. Afonso V “o Africano” a aventura Marroquina ganhou novo impulso – conquista de Alcácer-Seguer (1458), nova derrota em Tânger (1464), tomada de Arzila e de Tânger (1471).
Com D. Manuel I assiste-se à fundação de Agadir (1505), à construção do Castelo de Mogador (1506) e do Castelo de Aguz (1507). Exerce-se soberania sobre os portos de Mamora, Azamor e Salé (1507), Safi é tomada (1508), Mazagão é fundada (1514) e foi tentada, sem êxito, a conquista de Marraqueche (1515).
Tal como a conquista, também a retirada de Marrocos foi penosa e gradual. Perda de Agadir (1541), evacuação de Safi, Azamor (1542) e Arzila (1549), retomada de Arzila (1577), batalha desastrosa de Alcácer Quibir (1578).
Arzila é abandonada (1589), Ceuta opta pela soberania Espanhola (1640), Tânger fez parte do dote de Catarina de Bragança (1661) quando do casamento com Carlos II, Rei de Inglaterra e por fim a evacuação da população de Mazagão (1769) para o Brasil.
Durante o protetorado Francês sobre Marrocos (1906-1955) muitos Algarvios emigraram para este País. Foi o caso de João Adelino Gonçalves, pilar da seleção de Marrocos e dinamizador do Rugby. O seu nome foi dado ao campo de Rugby Clube de Loulé, em 16 de julho de 2016.
