por Luís José Pinguinha | Vice-presidente do Louletano | FUTEBOL | Acompanhando as jovens promessas do Louletano

A star is born: Ciaran

Nome: Ciaran Gerard Conroy

Ano de nascimento: 2002 (8 de fevereiro)

Nascido na Irlanda do Norte, Ciaran (lê-se quiran) tem laivos de futebol britânico no seu ADN. Impressionando pela intensidade do seu jogo, sempre em alta voltagem, não parando um segundo, Ciaran, que atua preferencialmente como avançado móvel e tem o esquerdo como pé predilecto, é uma verdadeira dor de cabeça para os defensores contrários. Jogador muito inteligente, afirma-se como um finalizador nato, sobretudo pela percepção que tem dos lances, antecipando-os, adivinhando-os.

Muito forte no um para um, “arrancando” inúmeras faltas graças ao tipo de finta que mais utiliza, ultrapassando os adversários muito perto deles (o que faz com que qualquer movimento destes origine um livre), muito bom no jogo aéreo porque detentor de um tempo de salto milimetricamente conectado com a bola, exímio marcador de lances de bola parada, Ciaran, para além de se afirmar como um líder natural dentro do campo, é daqueles jogadores que consegue aliar uma indiscutível utilidade com uma indesmentível qualidade.

Para que o conheçam melhor, vejam só duas situações que ocorreram e que definem bem a postura de Ciaran: 

Palco: Estádio do Mourisquense, em Mourisca do Vouga, Distrito de Aveiro. Torneio Internacional de Futebol. Escalão de 2001 (eram então Traquinas). Jogo inaugural: Alba SC / Louletano. O guarda-redes do Alba defende um remate de um jogador do Louletano, coloca a bola no chão e toma balanço para chutar para a frente. Ciaran, que apesar de ser de 2002 integrava a equipa, sprintou a toda a velocidade desde o meio campo e rematou a bola para o fundo da baliza adversária, inaugurando o marcador. Ou seja: Ciaran, o mais jovem jogador em campo (8 anos na altura), foi o único que percebeu que a bola estava em jogo…

Palco: Estádio Municipal de Lagos. Torneio Internacional de Benjamins. O speaker da organização anunciava: “Agora vamos entregar o Prémio do Melhor Jogador do Torneio…”. Mal terminou esta frase e já Ciaran estava perto dele. Atónito o organizador perguntou; “O que fazes aqui?” ao que Ciaran respondeu “Vim receber o prémio”, “Bem, mas eu ainda não disse quem ganhou, por acaso tenho aqui a indicação que o prémio foi ganho por um jogador do Louletano, mas não sei se és tu. Chamas-te Ciaran?”. Depois da confirmação, o dirigente do Esperança de Lagos ainda balbuciou: “Como sabias que o Prémio era para ti?”, ao que Ciaran, do alto dos seus 10 anos, justificou: “Joguei muito bem, marquei mais de 10 golos, fui o melhor, portanto o prémio tem de ser para mim”. 

OK, Mr. Ciaran.

 

 

Miguel Gonçalves, a vantagem de jogar bem em qualquer posição

 

Nome: Miguel Alexandre Ramos Gonçalves

Ano de nascimento: 2006 (13 de janeiro)

 

Miguel Gonçalves, inscrito na Federação Portuguesa de Futebol em 2012, com 6 anos e meio de idade, deu muito cedo nas vistas, ao ponto de ser, hoje, um dos mais mediáticos jogadores algarvios de Futebol 7.

Integrado numa equipa de elevadíssima qualidade técnica (a de 2006 que foi, por exemplo, Campeã Nacional da Liga Zon Kids em sub-7, após um percurso imaculado que culminou na vitória na final por 2-1 frente ao Braga – jogo disputado em Guimarães e transmitido em directo para todo o país pelo Porto Canal), Miguel, que joga (e bem) em qualquer posição do terreno, sobressai graças ao poderio atlético que lhe permite ser um exímio recuperador de bolas, ao espírito guerreiro que exibe e à estonteante facilidade de driblar em progressão.

Tais atributos proporcionam-lhe resolver muitos jogos em lances individuais. O que se compreende ser atractivo para o jogador. No entanto, sabe-se que o êxito de tal forma de jogar é inversamente proporcional ao escalão etário em que actua, ou seja, se em Benjamins é quase sinónimo de golo, lances deste tipo em Iniciados já raramente têm sucesso. Por isso, há que evitar que o jogador seja formatado assim. E essa tem sido uma natural preocupação do Departamento Técnico do Louletano. Que está, diga-se de passagem, a dar frutos. Não sendo, obviamente, algo que se resolva por decreto, Miguel está um jogador mais completo, mais colectivista, mas sem perder a criatividade que lhe permite, e estamos seguros que permitirá ao longo de uma carreira futebolística que se prevê risonha, ser um jogador que desequilibra.