Por: Rui Cristina | ruicristina19@gmail.com

Olhando para o que foi feito, mas sobretudo o que não foi feito pelo executivo socialista da câmara de Loulé em 2016, os louletanos têm muitas razões de queixa, em matérias tão importantes como a saúde, no combate às desigualdades entre as populações do interior do concelho, ou nas dificuldades que causa à economia local o atraso nas obras da EN 125.

Esta situação é dificilmente compreensível quando o Sr. Presidente Vitor Aleixo não se cansa de propagandear ter excelentes relações com o Governo e ter obtido benesses à conta dessa proximidade ideológica.

Todos nós sabemos que é mais difícil resolver problemas quando há falta de dinheiro, mas este não é o caso da Câmara Municipal de Loulé, que ao longo do presente mandato autárquico que se iniciou em 2013 e terminará este ano, nunca teve dificuldades financeiras.

Um olhar rápido às contas autárquicas mostra-nos que sempre existiu muito dinheiro. Em 2016 o saldo chegava aos 50 milhões de euros, quietos e parados por falta de investimento autárquico.

Afinal, em 2016 o executivo socialista de Loulé podia ter feito cinco vezes mais investimento e obra do que fez e esta prática foi semelhante em 2014 e 2015. Só podemos chegar à conclusão que a capacidade de gestão não conseguiu acompanhar o saldo bancário positivo e foram os louletanos os mais prejudicados.

Que o digam os habitantes de Sarnadas na Freguesia de Alte que esperam desde 2013 pela conclusão a rede de esgotos isto apesar da maior parte do investimento estar realizado e a rede estar instalada, mas sem funcionar.

No setor da saúde haverá alguma razão para os utentes da Unidade de Saúde Familiar Lauroé terem consultas em gabinetes médicos onde chove? E qual a justificação para os cidadãos necessitados do apoio de cuidados continuados verem as visitas canceladas, por falta de transporte dos técnicos de saúde?

Em termos de desenvolvimento económico, não consigo vislumbrar a criação de emprego através do investimento realizado no orçamento participativo, isto para não falar na questão das obras da EN125 que se vão arrastando ao longo do tempo, prejudicando as atividades produtivas do nosso concelho e de todo o Algarve. Tenho alguma curiosidade em saber qual será o “acordo” para o reinício das obras na estrada mais perigosa do país. Não seria este um assunto em que o socialista Vítor Aleixo poderia intervir junto do Governo da sua cor?

E a questão das portagens na Via do Infante? O silêncio sobre esta matéria é tão estrondoso, por parte do Sr. Presidente da Câmara de Loulé, como se esta questão não tivesse influência negativa na vida de milhares de algarvios. Houve propostas dos deputados do PSD/Algarve Cristóvão Norte e José Carlos Barros, para uma redução dos valores pelo menos enquanto a requalificação da EN125 não fosse concluída. Em vez disso a A22/Via do Infante, no Algarve, teve dos maiores aumentos, a nível nacional, no preço das portagens e a partir de dia 1 de Janeiro.  

Não se trata de uma crítica política, que como maior partido da oposição tem o PSD todo o direito de fazer, em especial quando o objetivo é criar melhores condições de vida para as populações. Trata-se de fatos concretos que saltam à vista e comprovam a ausência do socialismo tão apregoado, que tem ficado na gaveta.

Recordo a propósito a declaração de Francisco Sá Carneiro, fundador do PSD: “Para restituir a dignidade indispensável a todos é urgente reequilibrar o espaço português, promovendo o desenvolvimento regional como pressuposto e condição que é do próprio desenvolvimento nacional”.