por Luís José Pinguinha | Vice-presidente do Louletano | FUTEBOL | Acompanhando as jovens promessas do Louletano

Fábio Justino: a ingrata missão de um ponta-de-lança

 

Nome:  Fábio Gomes Justino

Data Nascimento: 1998 (20 de dezembro)

 

No futebol, a definição e a missão de avançado centro (também designado por ponta-de-lança) sofreu significativas mutações ao longo dos últimos tempos. Ao dar primazia à arte de bem defender, maior é, à partida, a quantidade de jogadores a jogar perto da sua baliza do que da baliza adversária. É certo que tal disposição, ou outra, não é estanque, as táticas valem, essencialmente, pela dinâmica com que são interpretadas. Mas o que é certo é que o avançado centro foi, sem dúvida, o que mais sofreu com a mudança de paradigma: geralmente é o jogador da equipa que menos vezes toca na bola.

Daí haver, hoje em dia, um défice de pontas-de-lança. Queixam-se selecionadores nacionais, queixam--se técnicos de equipas da Liga dos Campeões, queixam-se as equipas de índole nacional, as de índole distrital, as de juniores, as de infantis e, quiçá, até se queixa o menino Tó quando organiza jogos no terreno baldio da sua avó.

Perante este quadro, entende-se melhor a utilidade e o valor futebolístico de Fábio Justino.

Aguerrido e lutador, Fábio executa na perfeição a ingrata missão de ser o primeiro defesa da sua equipa, basculando em pressão sobre os centrais e laterais adversários, impedindo-os de subirem no terreno com a bola controlada. Inteligente e taticamente competente, Fábio é um jogador de equipa, quer segurando a bola aguardando a subida de companheiros quer arrastando consigo os defensores contrários abrindo espaços para os colegas, criando desequilíbrios. Perspicaz e eficaz, Fábio evidencia uma rara intuição para o golo, surgindo normalmente no sítio certo para finalizar, o que faz, e bem, com qualquer dos pés, sendo ainda bastante forte na arte do cabeceamento.

Por tudo isto, e pela contínua e gradual evolução futebolística que tem demonstrado (o facto de já desde a época passada treinar regularmente com a equipa sénior tem também contribuído muito para isso), Fábio Justino é já um ponta-de-lança de vastos recursos, estando no caminho certo para atingir um patamar elevado no futebol português, até porque possui outros atributos que se nos afiguram decisivos para tal: vontade e dedicação.

A acompanhar com muita curiosidade.

 

 

O excitante futebol de Miguel Laginha

 

Nome:  Miguel Gonçalves Laginha

Data Nascimento: 2006 (29 de maio)

 

Não há jogadores de futebol, há pessoas que jogam futebol. Esta premissa, uma adaptação livre da expressão do Prof. Manuel Sérgio “não há remates, há pessoas que rematam” é fundamental para entendermos o futebol e fundamental para os técnicos melhorarem as performances dos seus atletas. É que quando uma pessoa entra em campo para jogar futebol, o ideal era que o fizesse focado no jogo, abstraindo-se dos problemas pessoais que o assolam, como questões financeiras, da saúde própria ou dos seus, etc, etc.

É claro que este axioma, dada a tenra idade de Miguel Laginha (10 anos), ainda e naturalmente inocente, não lhe se aplica diretamente de forma preponderante.

Mas, por analogia e numa interpretação lata, podemos fazê-lo no que em termos físicos e, sobretudo, na atitude perante o jogo, diz respeito.

Miguel Laginha é um menino eletrizante, impaciente, irreverente no bom sentido ou como diz o nosso sábio povo “danadinho para a brincadeira”.  Aparentemente distraído, Miguel capta tudo ao seu redor.  

A mesma atitude demonstra quando está a jogar. Miguel entende o futebol como poucos, mostrando, nesse aspeto, uma precocidade invulgar e uma maturidade inusual.

Agressivo quando baste nos lances divididos, Miguel, tecnicamente evoluído, defende bem, joga indiscriminadamente com ambos os pés, é muito forte no um para um, é rápido, remata bem e assume-se como especialista em lances de bola parada.

E, depois, tem a sua imagem de marca: eletrizante, irreverente impaciente e danadinho para a brincadeira.

Por isso, é praticamente impossível ver o Miguel parado no campo. Porque é daqueles jogadores que, quando têm a bola, mudam o jogo, aceleram-no ao limite, transmitindo uma vivacidade empolgante que contagia os companheiros.

E quando esse frenesim é apoiado por uma capacidade técnica acima da média, como é o caso, empolgada fica também a assistência.