A participação algarvia, organizada pelo Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve, foi constituída pelo bispo D. Manuel Quintas e por 118 algarvios, oriundos de Faro, Ferragudo, Lagoa, Loulé, Monte Gordo, Olhão, Paderne, Tavira e Vila Real de Santo António, que ficaram alojados na paróquia da Portela juntamente com jovens das dioceses de Braga, Beja, quatro elementos da Diocese de Coimbra e duas pessoas inscritas individualmente, uma de Viana do Castelo e outra de Famalicão, num total de 150 pessoas.
O “Rejoice!” desafiou os jovens a refletirem sobre o tema da paz que esteve muito presente ao longo de todo o encontro. No domingo de manhã, nas várias paróquias da cidade decorreram os encontros ‘Rise Up’, que na da Portela foi dinamizado pela Diocese do Algarve com o tema “Os jovens são o símbolo da paz”.
Os jovens começaram por ser questionados se se lembravam “qual é o maior sonho do Papa”, anunciado na JMJ de Lisboa. Francisco partilhou na Missa de envio ser o “sonho da paz” no mundo. Lembrando que os jovens são “símbolo da paz” porque “sinal da paz para o mundo”, as animadoras Inês Agostinho e Maria Neto, do Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve, lançaram perguntas sobre o tema.
“Acreditas que a paz começa dentro de cada pessoa? Achas que é possível haver paz no mundo sem justiça? Consideras que a paz é mais importante que o dinheiro? Pensas que perdoar alguém contribui para a paz? Acreditas que Deus é a fonte de paz? Achas que a violência é, às vezes, uma solução? Achas que a paz mundial é responsabilidade de todos? Concordas que a paz está relacionada, também, com o respeito pelo outro? Achas que a paz pode ser alcançada sem diálogo entre as pessoas?”, foram algumas das questões lançadas.
Foram ainda lidos três testemunhos de jovens sobre o sonho da paz, um com incidência sobre a paz na família, outro sobre a paz no mundo e o terceiro sobre a paz interior.
O bispo do Algarve, que presidiu ao encontro, evidenciou aos jovens a diferença do conceito de paz para o mundo e para os cristãos. “A paz no mundo é muito diferente da paz que nos trouxe Jesus”, constatou D. Manuel Quintas, considerando que “a paz do mundo é dispendiosa porque se apoia na força das armas”. “Chamam-lhe bombas inteligentes. Como é que uma bomba pode ser inteligente?”, questionou, considerando que “pôr a inteligência ao serviço da morte é uma aberração”.
“A paz que nos vem de Deus, pela pessoa de Jesus, é uma paz que é dom, que é gratuita. Para acolher esse dom basta abrir o nosso coração e a nossa vida e descobrimos que Cristo é a nossa paz”, referiu, contrapondo que “a paz que o mundo procura é uma paz egoísta”. “Sentimo-nos bem e não nos preocupamos se os outros se sentem mal. Estamos em paz com quem vive à nossa volta e não nos preocupamos com os outros que não vivem em paz”, lamentou.
O responsável católico lembrou que “a paz na sua origem quer dizer muito mais do que ausência de guerra”. “É paz que é pacificação interior, mas também à nossa volta. É paz que nos compromete: se recebemos esse dom pela pessoa de Cristo, temos de o fazer frutificar na nossa vida, temos de partilhá-lo à nossa volta”, complementou, acrescentando: “viver em paz não deve ser o mesmo que descomprometer-se em construir a paz à nossa volta e fazer tudo para que esta paz seja dom para todos”.
O bispo do Algarve concluiu assim que “esta paz não se apoia na força das armas, mas na força do amor”. “Amor que é perdão, reconciliação, acolhimento, compreensão, tolerância, compromisso em estar atentos a todos aqueles que nos rodeiam e que faz de nós, não apenas pacíficos, mas pacificadores”, sustentou, desafiando os jovens a acolherem a paz como “o grande dom pascal de Cristo ressuscitado”. D. Manuel Quintas frisou que “aqueles que são os artífices da paz nunca podem perder a esperança de construir a paz”. “Não podemos deixar cair os braços”, pediu.
O bispo do Algarve citou ainda um trecho da mensagem “muito atual” do Papa São João Paulo II para o Dia Mundial da Paz em 1985 com o tema “Os jovens e a Paz caminham juntos”, considerando que “o Papa Francisco está a confirmar o quanto em 1985 o Papa João Paulo II, com tanta energia, dirigiu aos jovens”.
Houve ainda um momento em pequenos grupos, para partilha de “uma experiência de paz ou ausência dela” e do que pode cada um “fazer para ser um símbolo da paz”. No final do tempo de escuta e partilha, cada grupo resumiu numa palavra a experiência vivida no momento de partilha e escreveu-a numa pomba de papel.
Ao longo do fim de semana, a participação do Algarve naquele encontro nacional incluiu também a disponibilidade do assistente do Setor Diocesano da Pastoral Juvenil, o padre Samuel Camacho, para administrar o sacramento da Confissão.
O “Rejoice!” foi organizado pelo Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa e pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil da Conferência Episcopal Portuguesa, com o apoio da Fundação JMJ Lisboa 2023, da Câmara Municipal de Lisboa, da Junta de Freguesia do Parque das Nações e da Universidade de Lisboa.
Folha do Domingo